O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro apresentou nova denúncia contra o ex-governador Sérgio Cabral e o ex-secretário de Saúde, Sérgio Cortes. Também foram denunciados o empresário Arthur César de Menezes Soares Filho, conhecido como Rei Arthur, o ex-operador financeiro de Cabral, Carlos Miranda, a ex-sócia de Arthur, Eliane Pereira Cavalcante; os doleiros Renato Chebar e Enrico Vieira Machado; e o funcionário de Enrico, Leonardo de Souza Aranha.
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Doleiro confirma que ocultava dinheiro para Cabral em cinco paísesEx-executivos de empreiteira confirmam mesada de até R$ 500 mil a CabralTribunal mantém Bretas como responsável por julgar ações de Cabral na CalicuteSérgio Cabral (PMDB) é condenado pela 3ª vezO MPF destacou novamente a formação de um esquema de “grandes proporções de corrupção de agentes públicos, fraudes a licitação, cartel, evasão de divisas e lavagem de dinheiro no âmbito do governo do estado do Rio de Janeiro”.
De acordo com o órgão, a nova denúncia trata da ramificação da organização criminosa liderada pelo ex-governador no setor de serviços terceirizados, identificada nas operações Calicute e Eficiência, desdobramentos da Operação Lava Jato no Rio.
Segundo o MPF, em decorrência das investigações já foram recuperados aos cofres públicos US$ 100 milhões que tinham sido enviados ao exterior com origem em propinas. De acordo com os procuradores, Cabral recebeu US$ 10,4 milhões de Arthur Soares Filho, por meio do doleiro Renato Chebar, entre os dias 23 de março de 2012 e 21 de novembro de 2013. A propina foi depositada em contas em Antígua e Barbuda, na América Central, em pelo menos 21 transferências de recursos.
Na denúncia, o MPF também destaca que Cabral e Miranda, sob a justificativa de prestações fictícias de serviço de consultoria “de forma livre e consciente”, solicitaram, aceitaram promessa e receberam vantagem indevida de Arthur Soares Filho e Eliane por pelo menos 38 vezes entre 2007 e 2011, em um total de R$ 1,06 milhão.
Houve ainda, segundo o MPF, o pagamento de despesas pessoais de integrantes da organização criminosa. Sérgio Cortes recebeu R$ 148 mil entre 2011 e 2012.
Delação premiada
Parte das informações da investigação foi obtida por meio de colaborações premiadas de Renato Chebar e de Enrico Machado e do depoimento de Leonardo Aranha.
Conforme o MPF, para a abertura da conta, o empresário apresentou como documento o próprio passaporte.
No âmbito da Operação Eficiência, as investigações identificaram a ocultação de diamantes no valor de 1,214 milhão de euros e US$ 1,05 milhão guardados em cofres no exterior, ligados a Cabral e Renato Chebar. Além disso, US$ 100 milhões foram encontrados em contas em nome dos irmãos Renato e Marcelo Chebar.
O MPF informou que até agora as investigações sobre o esquema criado por Sérgio Cabral resultaram em 18 ações penais, que tramitam na 7ª Vara Federal Criminal.
Com Agência Brasil .