O fugitivo da Justiça italiana Cesare Battisti, 62, ex-membro da guerrilha esquerdista e condenado por assassinato em seu país, foi libertado no Brasil, após ter sido detido pela polícia na fronteira com a Bolívia, informou seu advogado neste sábado.
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Justiça decreta prisão preventiva de Cesare BattistiPF atribui crime de evasão de divisas a Cesare BattistiCesare Battisti é detido pela PF ao tentar atravessar fronteira para Bolívia'Vão me entregar à morte', diz Battisti em entrevistaDefesa de Battisti pede suspensão de extradiçãoBattisti, que permaneceu foragido por mais de três décadas, mas que vive em liberdade no Brasil desde 2010, foi detido na última quarta-feira pela polícia, e sua libertação foi ordenada nesta sexta-feira por um juiz.
Este novo capítulo de uma longa saga com questões diplomáticas e judiciais começou na quarta-feira, durante uma inspeção de rotina na cidade de Corumbá, fronteiriça com a Bolívia, quando a polícia prendeu Battisti e outros dois homens portando 6.000 dólares e 1.300 euros sem declarar.
Battisti declarou que sua intenção era comprar artigos de pesca, uma jaqueta de couro e vinho no Shopping China, que acreditava ficar em uma "zona internacional" que não pertenceria à Bolívia.
Ex-integrante do grupo Proletários Armados pelo Comunismo, Battisti foi preso em junho de 1979, mas fugiu da prisão e foi para a França em 1981 e, depois, para o México, antes de retornar à França.
Após 15 anos beneficiado pela política do presidente socialista François Mitterrand de não extraditar nenhum militante de extrema esquerda que tivesse renunciado à luta armada, Battisti fugiu para o Brasil em 2004, durante o governo do conservador Jacques Chirac.
Em 2007, foi capturado no Rio de Janeiro e ficou quatro anos na cadeia até ser libertado, em 2011.
Em 2009, a pedido de Roma, o Supremo Tribunal Federal autorizou a sua extradição, mas esta foi negada em 2010 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no último dia de seu segundo mandato.
O atual governo brasileiro indicou que está reconsiderando a extradição de Battisti.
Em Brasília, uma fonte do gabinete do presidente Michel Temer disse que o mesmo estava "aguardando a posição dos ministérios da Justiça e das Relações Exteriores para tomar uma decisão.
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