São Paulo, 27 - Depois de 40 anos no PC do B, o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo assinou nesta terça-feira, 26, a ficha de filiação ao PSB. Com discurso de candidato a presidente, criticou "excessos de corporações iluminadas", em referência à Lava-Jato, e pregou uma aliança ampla com partidos de centro para a sucessão de Michel Temer. Confira a seguir alguns trechos da entrevista:
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O senhor será o candidato do PSB a presidente?
Já falaram que posso ser candidato a presidente, a senador, a vice-presidente... Embora ninguém entre num campeonato já pensando em ser vice.
Uma ala do PSB defende aliança com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que prega conciliação. O sr. ajudará no diálogo?
Estou chegando agora... Alckmin não é um homem que anda destilando ressentimento.
Temer elege sucessor?
Não creio. A sucessão em 2018 vai fugir da polarização entre PT e PSDB.
O caminho é de centro?
Tem gente que acha que o centro desapareceu. Não é verdade. O centro no Brasil é muito grande para ser descartado na governabilidade, está em vários partidos e principalmente fora dos partidos, não é um conceito ideológico. É o eleitor que não se identifica com o "anti" nada e quer solução para os problemas. É isso que as pessoas vão procurar em 2018.
O PSB pode voltar a apoiar o ex-presidente Lula em 2018?
Não vejo como partir de um nome se você busca um movimento de união mais amplo na política. O PSB não pode ficar subordinado ao PT nem a nenhum partido. Tem que construir alianças sem ser parte de outro projeto partidário.
Ao assinar a filiação, o sr. falou que "corporações iluminadas estão tomando o lugar da política". A quem estava se referindo?
Ao Ministério Público, ao Judiciário, à Polícia Federal, que cumprem um papel importante na luta contra corrupção, mas muitas vezes alguns integrantes extrapolam para um domínio de atribuições que não são deles. E a corporações privadas também.
O sr. fala da Lava-Jato?
Não só da Lava Jato.
O que dá força a um governo tão impopular?
Temer governa muito próximo do Congresso. E não vejo nenhuma força política disposta e lutando para substituí-lo.
E por que não?
Porque ninguém vê uma solução imediata.
(Felipe Frazão e Vera Rosa).