São Paulo, 21 - O slogan pode ser do prefeito da capital, João Doria (PSDB-SP), mas quem está "acelerando" é o governador Geraldo Alckmin, ao menos no que diz respeito aos canteiros de obras espalhados em todo o Estado nos últimos sete anos. Pelo direito de disputar a Presidência pelo PSDB, a ordem interna é correr com os projetos e entregar o máximo possível até abril do ano que vem, quando Alckmin terá de deixar o cargo, caso vença a disputa interna com Doria pela indicação do partido.
A lista inclui cerca de 40 obras de grande porte, como estradas, hospitais, moradias populares e metrô. O investimento total é de R$ 43,6 bilhões, segundo o governo do Estado, com geração de 116 mil empregos diretos e indiretos.
Apresentar de forma concreta o resultado de seu trabalho em São Paulo é uma das estratégias de Alckmin e sua equipe para cacifar o governador como político experiente, responsável do ponto de vista fiscal e capaz de mudar a vida das pessoas ao projetar e executar - mesmo que a longo prazo - obras de infraestrutura.
O cronograma de entrega é uma das cartas na manga de Alckmin na briga interna com seu afilhado político. Por estar no início do governo, Doria, por mais que acelere, não terá muito o que mostrar até o primeiro trimestre de 2018, data máxima das prévias tucanas.
Alckmin diz que não deixou as inaugurações para o fim do mandato de forma proposital e que os atrasos na entrega de estações de metrô, por exemplo, se devem à situação econômica do País, que não permitiu que o governo avançasse com as obras de forma mais rápida nos últimos anos sem descuidar da gestão fiscal. O tucano tem usado como vitrine para outros Estados o fato de seu governo ter fechado 2016 com superávit primário de R$ 1,5 bilhão.
"A questão fiscal não é economicista, ela é social. Sem resolvê-la, o País não cresce, não gera emprego, não investe em educação", disse nesta quarta-feira, 20, ao participar de um evento em São Paulo sobre boas práticas de gestão. "Muitas obras ainda vão ficar para a frente, como, por exemplo, a Tamoios, que será praticamente uma nova rodovia chegando ao litoral norte, uma nova Imigrantes, com o segundo maior túnel do Brasil. Vamos inaugurar muitas obras, mas deixar também um grande canteiro."
As inaugurações ou mesmo as cerimônias de início de obras darão a Alckmin a possibilidade de rodar o Estado com uma agenda positiva e vender para fora a imagem de um governo realizador.
O maior investimento a ser anunciado por Alckmin até o fim de seu mandato deve ocorrer daqui a um mês. Serão R$ 700 milhões do Tesouro estadual na duplicação de um trecho de 210 km da Raposo Tavares entre Itapetininga e Ourinhos. "Será a maior obra do interior do Estado e só com recursos públicos."
Pesquisas
A entrega de 21 estações do Metrô e da CPTM, no entanto, é considerada, por Alckmin, a "cereja do bolo". Segundo o tucano, os novos ramais é que renderão a ele maior impacto às véspera da escolha do candidato e início da campanha. A definição, no entanto, não pode ser ainda mais protelada, disse o governador nesta quarta. "Se tivermos dois candidatos, podemos marcar prévias para o comecinho do ano. Não precisa ser decidido nada agora."
Alckmin comentou a última pesquisa de intenção de voto para a presidente em que aparece com apenas 1,2% de votos (escolha espontânea), atrás de Doria (2,4%) - os dados foram divulgados, na terça-feira, 19, pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
"Achei ótima a pesquisa.
Durante o evento promovido pelo Centro de Liderança Pública (CLP), presidido pelo cientista político Luiz Felipe dÁvila - um dos pré-candidatos do PSDB a suceder Alckmin -, o governador recebeu o apoio público do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD-SC). "Torço muito para ver o Geraldo numa nova missão, ele está preparado", disse. As informações são do jornal
O Estado de S.
(Adriana Ferraz).