Jornal Estado de Minas

Temer defende reformas durante discurso na Assembleia Geral da ONU


Ao discursar na abertura da 72ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nos Estados Unidos, o presidente Michel Temer (PMDB) defendeu as polêmicas reformas promovidas pelo seu governo – especialmente a trabalhista, já aprovada pelo Congresso Nacional e a previdenciária, ainda em tramitação. Para o peemedebista, sem uma responsabilidade fiscal os avanços sociais não passam de “discurso vazio”.


“Com reformas estruturais, estamos superando uma crise econômica sem precedentes. Estamos resgatando o equilíbrio fiscal. E, com ele, a credibilidade da economia. Voltamos a gerar empregos. Recobramos a capacidade do Estado de levar adiante políticas sociais indispensáveis em um país como o nosso”, afirmou.

O presidente ainda apontou comércio como um importante vetor de desenvolvimento e defendeu a regulamentação de um sistema internacional aberto.
“Um sistema que tem por centro a Organização Mundial do Comércio e seu mecanismo de solução de controvérsias”.

Temer rebateu ainda o discurso de “nacionalismo exacerbado” e assinalou que o protecionismo é um entrave como uma saída para as dificuldades econômicas. “Dificuldades que demandam respostas efetivas para as causas profundas da exclusão social”, disse.

Sobre a Conferência Ministerial de Buenos Aires, marcada para dezembro, o presidente afirmou que será um momento de enfrentar pendências que prejudicam especialmente os países em desenvolvimento. “Teremos que avançar no acesso a mercados de bens agrícolas, na eliminação de subsídios à agricultura que distorcem o comércio”, completou.

Ele ressaltou a importância da ONU, dizendo que a instituição representa a “esperança” e um “mundo mais justo”.

“Neste momento da história, de tão marcados traços de incerteza e instabilidade, necessitamos de mais diplomacia e negociação – nunca menos.
De mais multilateralismo e diálogo – nunca menos. Certamente necessitamos de mais ONU – e de uma ONU que tenha cada vez mais legitimidade e eficácia”, afirmou o presidente.

Arma nuclear


Poucos dias depois de o governo ter se envolvido em polêmica ambiental, Michel Temer disse ter preocupação com o setor e anunciou que dados deste ano apontam uma redução de 20% no desmatamento.

“O Brasil orgulha-se de ter a maior cobertura de florestas tropicais do planeta. O desmatamento é questão que nos preocupa, especialmente na Amazônia. Nessa questão temos concentrado atenção e recursos”. Segundo o peemebista, o Brasil encontrou o caminho certo e nele continuará.

O governo foi acusado recentemente por organizações não-governamentais e ambientalistas de ceder a interesses comerciais em detrimento do meio ambiente com a publicação do decreto sobre a extinção da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca) e a liberação da exploração mineral em parte da área.

O presidente Michel Temer disse ainda que nesta quarta-feira (20) assinará o Tratado sobre Proibição de Armas Nucleares, o que considera um momento histórico para o país.
“Reiteramos nosso chamado a que as potências nucleares assumam compromissos adicionais de desarmamento”..