(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas Almeida


postado em 13/08/2017 12:00 / atualizado em 13/08/2017 12:09


Sopa de letrinhas é FDD diante do STF


Cadê o dinheiro que estaria aqui no meu palanque? Quem vai pagar os cantores, já que discurso ninguém vai querer ouvir? Como é que vou comprar votos, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a doação de empresas para as campanhas? Cadê a grana da Odebrecht, se as empresas não podem mais pagar a minha conta?


O jeito, então, é o Fundo Especial de Financiamento da Democracia (FDD). Só o nome já irrita. Sendo assim, melhor que o próprio relator da reforma política, Vicente Cândido (PT-SP), explique: “Os parlamentares calculam que um dos instrumentos para alavancar o mandato e trabalhar pela reeleição é ter emendas”.

Pare entender e deixar mais claro, depois da Odebrecht, os empresários nem por fora, nem em caixa 2 vão querer contribuir para as campanhas dos nobres parlamentares, diante dos Moros espalhados país afora que seguem o exemplo do juiz da Operação Lava-Jato. Doações de empresas agora são proibidas. É daí que vem o “ter emendas” para a reeleição.

E tem ainda outro “problema” para os nobres deputados e senadores, embora as emendas parlamentares individuais, pelo menos este ano, não serão bloqueadas. Mas as de bancada, de R$ 6 bilhões, caíram pela metade. Já no ano que vem, logo no eleitoral, não seria bem assim. Faltou combinar com o presidente Michel Temer (PMDB), que ouviu a voz prudente do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Basta o trecho da Agência Brasil, é, a do governo: “Foram vetados trechos relativos a emendas parlamentares individuais ou de bancada estadual. Um deles possibilitava às despesas administrativas decorrentes dessas emendas obter recursos próprios ou tirados das respectivas emendas. O dispositivo foi vetado porque deixa dúvidas de onde o dinheiro virá. Caso ele não venha das emendas aumentaria a despesa do governo”.

Por isso os nobres políticos trabalham tanto (quem diria, né?) para aprovar o tal FDD, um fundo composto por recursos equivalentes a 0,5% da receita corrente líquida. Quem pagará a conta de gasto extra, óbvio que em anos eleitorais, será você, meu caro leitor. É dinheiro público do mesmo jeito das tais emendas.

Então, basta uma frase de sexta-feira do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), falando a empresários: “Gera uma sinalização equivocada na sociedade, mostra que a política não quer dar soluções concretas para o futuro, mas para hoje”.

Diante da falta de “soluções concretas para o futuro”, basta por hoje. Afinal, é domingo, o dia tão lindo. É, não tem jeito, virou repetição, mas tem mais, dia da missa ou do culto. Adianta não. Nem rezando a atual política vai mudar.

 

 

Vai censurar
“A Dilma errou e eu errei quando não fizemos a regulação dos meios de comunicação. Eles têm que saber que eles vão ter que trabalhar muito para não deixar que eu volte a ser candidato. Se eu for candidato, eu vou ganhar e vou fazer a regulação dos meios de comunicação”, afirmou Lula. Tradução simultânea: Lula vai censurar. Quem diria? Logo ele, defendido pela imprensa quando foi preso na época em que comandava o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista. Ah! Me poupe. Aliás não, a “poupança” dele veio foi da Odebrecht.

 

Sem palco
O presidente Michel Temer (PMDB) está mesmo engasgado com o procurador-geral Rodrigo Janot. Além de pedir a suspeição no Supremo Tribunal Federal (STF) nas investigações contra ele, Temer tirou o palco no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) para Janot. Simples assim. Não vai nomear os oito conselheiros que ficaram sem mandato ontem, antes que ele saia do comando do Ministério Público. E olha que o presidente e seis substitutos já foram sabatinados e aprovados no Senado. Mas terão de esperar para tomar posse.

Vai investigar
Uai, antigamente seria um elogio. Nesses tempos de politicamente correto, a coluna insiste em ser incorreta. Basta a declaração da deputada Sheridan (PSDB-RR) que quer investigação por causa do grito vindo do plenário de “gostosa”. “Horrível. Situação constrangedora. Infelizmente a gente tem que lidar com isso. Dali deveria nascer a proteção do cidadão brasileiro, mas foi palco de uma ofensa”. Bem, diante do palco, mesmo sendo tucana, não ficou em cima do muro.

 

 

Só emergências
O autor destas mal escritas linhas bem que queria já estar na praia no Rio de Janeiro hoje e voltar só amanhã. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) (foto) bem que poderia me emprestar o jatinho que pretende contratar de uma empresa de táxi aéreo. Pelo jeito, não vai dar. Com o tamanho da repercussão da sua tentativa, já era. Mesmo que fosse “imprescindível garantir flexibilidade de horários de voos e disponibilidade de aeronaves para emergências”. Não se encaixam em quem só queria ir a Ipanema.

A lista vem aí
Força na tarefa. Será necessário mesmo, diante do enorme volume de informação, documentos e mais documentos entregues à Operação Lava-Jato. Afinal, tem delação e leniência para ser investigadas. Delação nem precisa explicar, já leniência é quando o acordo é feito com a empresa, no caso, Odebrecht, óbvio. Não à toa que uma coleção de políticos, de parlamentares a ocupantes de cargos públicos país afora, andam ressabiados. Preferem nem tocar no assunto.

 

PINGA FOGO

Depois de dois dias ocupando o plenário, manifestantes que estavam na Câmara Municipal de São Paulo foram embora na sexta-feira à tarde. Ah! Entendi. Passar o fim de semana no plenário? Melhor um barzinho para tomar umas, né?

A propósito da nota sobre Dilma e Lula (damas primeiro, como convém), já combinaram com o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT)? Bem, deve estar difícil de encontrar ele. Ele anda país afora em campanha para a Presidência.

 

 

É amanhã a votação da medida provisória que permite o parcelamento de dívidas de pessoas físicas e de empresas com a União. É aquele que foi irresponsavelmente desfigurado pelo deputado Newton Cardoso Jr. (foto) (PMDB-MG).

Em causa própria para o papai do relator, que dispensa apresentações. Não é à toa que o governo negocia um texto alternativo, já que a arrecadação prevista de R$ 13 bilhões cairia para R$ 500 milhões este ano. Sem mais comentários.

Não! A grana na verdade é de R$ 1,33 trilhão, mas depende de decisões judiciais. Sendo assim, melhor parar por aqui. Domingo, o dia tão lindo, vá à missa. Reze para que os nobres parlamentares tenham mais juízo.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)