Durante a palestra, Fux defendeu o papel conciliador e interventor da Corte em questões legislativas, quando provocado. "O que não se pode é exigir do STF um papel moderador diante de fatos que atentam contra a dignidade na nossa nação", ponderou. Comentando as investigações contra a corrupção, o ministro afirmou que o trabalho precisa ser levado "com sobriedade para que não se desgaste a imagem do País. "Não podemos permitir que o País seja desmoralizado no plano internacional", disse.
Fux citou a decisão do Supremo que proibiu a doação de empresas para campanhas eleitorais. Segundo ele, essas doações exigiram contrapartidas pós-eleições e geraram o atual "clima deletério de corrupção" pelo qual vive o País.
Um dia após o STF formar maioria para manter a validade das delações premiadas dos empresários da JBS, Fux disse que os acordos de colaboração estão sendo usados para minar o tempo dos processos na esfera criminal e afastar "a ideia da impunidade, tornando a justiça criminal mais efetiva com o conjurar desse flagelo que é a corrupção".
Políticos
Em uma conversa com jornalistas após a palestra, o ministro Fux foi questionado sobre nomes do judiciário que estão sendo sondados para as eleições presidenciais.
Fux disse que os dois ex-ministros têm capacidade para formar boas equipes e administrar o País. "Eu acho que todos eles têm capacidade de arregimentação de boas pessoas para boas equipes na área da economia, saúde etc". O magistrado negou que pense em entrar na política.
(Daniel Weterman).