(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna Baptista Chagas de Almeida


postado em 13/06/2017 12:00 / atualizado em 13/06/2017 12:17

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

A velha raposa pode ser decisiva


Cacique, influente, velha raposa, atuante, experiente como ninguém. Tudo isso vale, até hoje, para definir o ex-presidente da República José Ribamar Ferreira de Araújo Costa. Matou a charada? Então, melhor explicar: ele é maranhense, nasceu em Pinheiro, em 24 de abril de 1930. Filho de Sarney de Araújo Costa e de Kiola Ferreira de Araújo Costa, fica fácil entender.

Em 1965, decidiu assumir o nome do pai. Adotou legalmente o nome de José Sarney Costa. O motivo, mais que óbvio, era para fins eleitorais. Sete anos antes, em 1958, no início da carreira política, ele era conhecido como o “Zé do Sarney”. Tradução simultânea: José, filho de Sarney.

Melhor deixar o Ribamar para lá e voltar aos tempos atuais. Deputado federal, senador, sei lá por quantos mandatos tantos foram, governador do Maranhão, o que importa mesmo é que Sarney é ex-presidente da República, vice de Tancredo Neves (PMDB), assumiu diante da tragédia do mineiro, primeiro interinamente, a Presidência em 15 de março de 2015. No Dia de Tiradentes, 21 de abril do mesmo ano, com a morte de Tancredo, assumiu definitivamente.

Para deixar claro os adjetivos e o histórico e voltar aos tempos atuais, Sarney continua dando as cartas no PMDB, trabalha para salvar o mandato do presidente Michel Temer, colega de partido. Por trás das articulações, na surdina e sem mostrar direito as caras, só em encontros reservados, Sarney trabalha fortemente para manter Temer no cargo. Essa influência pode ser responsável pelo resultado favorável ao presidente.

Se convencer boa parte do partido vai influenciar também no PSDB, começa por manter mandato de Aécio Neves (MG) e passa por São Paulo, um eventual apoio ao governador Geraldo Alckmin ou ao prefeito João Dória nas eleições presidenciais. Óbvio, em troca de participação intensa no eventual governo tucano. Em caso de vitória, seria o fiel da balança.

Se basta um terço dos votos dos deputados para não aprovar o impeachment, com o PMDB em peso, mesmo com algumas dissidências, por ser ano pré-eleitoral, Temer fica. Se acontecer de não dar certo, pode escrever, eleição direta, esqueça. Na indireta, no plenário, o PMDB é ainda mais importante.

Então, ficamos assim. O PT agenda Diretas Já para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em atos com artistas e tudo mais. Mas é bola cantada que, se o PMDB não embarcar no palanque musical e teatral, Temer fica. Com índices negativos e tudo mais.

Um exemplo só!
Pode até ser de mau gosto o comentário, mas não dá para resistir. Em plena semana do Corpus Christi, feriado de depois de amanhã, foi aprovada a proposta de emenda à Constituição (PEC) que torna imprescritível e inafiançável o crime de estupro. A coluna bem que pretendia apresentar uma emenda à PEC, mas, como não tem mandato, fica só o registro. Que tal acrescentar no texto também o “estupro” das contas públicas com a corrupção. Já que seria “inafiançável”, quem sabe os políticos devolveriam algum dinheiro para financiar o Bolsa Família, por exemplo?

Cachoeira?
É, só que em Foz do Iguaçu. Foi lá que teve mineiro bem na fita. Entra ano, sai ano e o deputado Alencar da Silveira Jr. continua como presidente do Conselho Fiscal da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), a entidade que representa os deputados estaduais de todo o país. Alencarzinho foi reeleito para o cargo: sexta-feira, na 21ª Conferência da Unale. Onde? Em Foz do Iguaçu, para deixar claro. O deputado foi um dos fundadores da entidade 21 anos atrás, ocupou diversos cargos e foi presidente, em 2010.

Burro não é
O presidente Michel Temer (PMDB) pode ter muitos defeitos, e de fato tem, mas burrice não está entre elas. Com o tamanho de sua carreira política, mandar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) investigar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin não tem lastro em seu perfil. Já, se algum de seus ministros acionou a Abin, melhor mesmo investigar e, se constatado, condenar. Não pelo ato em si, mas pelo artigo XY da “Constituição de Burrice Política”.

Voo mais alto
Ex-presidente da Assembleia Legislativa (ALMG), Dinis Pinheiro (PP) participou de evento em Santos Dumont. Presentes 40 prefeitos, vereadores e os deputados Rodrigo Pacheco (PMDB) e Duarte Bechir (PSD), o prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB) e Pinduca, ex-deputado estadual, além do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP), que subiu no palanque, aos gritos de “nosso governador” da plateia. O evento foi na fazenda do deputado Luiz Fernando, vice-líder do PP na Câmara Federal, e teve a presença do presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Gilberto Occhi.

Causa própria
Cabeças brancas, cabeças pretas, pouco importa, mas vale deixar mais claro. O fato é que o PSDB continua é no muro, não o de lamentações, o muro tucano de sempre. Os mais experientes destacam a necessidade de aprovar a reforma trabalhista, só ela, que já está encaminhada. Mesmo assim, os mais jovens temem pelo efeito colateral nas eleições do ano que vem. Quem entrou no circuito foi o prefeito paulistano, João Doria. Presidenciável, ele deixou claro: calma, gente. Leia-se, coligação com o PMDB rumo ao Planalto no ano que vem. E deu certo: o PSDB decidiu, ontem à noite, manter o apoio ao governo em nome da aprovação das reformas.

 

PINGAFOGO

Em tempo: não é apenas a política quem diz. Embora sem citar burrice, como convém, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, registrou em nota nada a “ser questionado”, diante da nota oficial do presidente Temer de sexta-feira.

A propósito, o próprio presidente Michel Temer ligou para Cármen Lúcia para negar a notícia da revista Veja sobre ter autorizado a Abin investigar o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato.

Agora, o tríplex de Lula, que foi notícia ontem mais uma vez. A alegação da defesa do ex-presidente insiste na tese do andar de cima ser “alugado”. Uai, então a família pega elevador para subir?

Resposta rápida: pega. Elevador privativo. Bem, pouco importa, né? A parte de cima do apartamento é de um apartamento tríplex “Minha casa, minha vida”. Palavras de Lula ao juiz Sérgio Moro no depoimento ano passado.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)