Reforma administrativa de Kalil sofre reviravolta na Câmara de Belo Horizonte

Vereadores se revoltam com manobra do líder de governo, Léo Burguês; ele apresentou substitutivo ao projeto na surdina, sem o conhecimento dos parlamentares

Flávia Ayer
- Foto: Divulgação/CMBH

Reviravolta na tramitação da reforma administrativa de Alexandre Kalil (PHS) na Câmara Municipal. Depois de aprovarem por unanimidade o texto em primeiro turno ontem,  vereadores se revoltam com manobra do líder de governo, Léo Burguês de Castro (PSL).

Ele apresentou substitutivo ao projeto na surdina, sem o conhecimento dos parlamentares, e que não contempla todas as mudanças propostas pelos parlamentares na fase de discussão do projeto.

A proposta prevê a redução de cargos comissionados e promete economia de R$ 30 milhões ao ano.

O fato chegou ao conhecimento dos vereadores somente nesta terça-feira, em reunião para discutir emendas ao projeto. Embora tenha sido convocada pelo líder de governo, ele não compareceu. "Perdemos totalmente a confiança no líder de governo. Ele nos traiu", afirma o vereador Gabriel (PHS).

A reunião dos vereadores ocorreu a portas fechadas. De fora, era possível escutar os parlamentares exaltados com a notícia de um novo texto. A intenção do Executivo era aprovar a reforma ainda este mês, mas parlamentares já acenaram que vão obstruir a votação. 

O projeto de lei foi aprovado ontem por 40 dos 41 vereadores.
O presidente da Câmara, Henrique Braga (PSDB), não votou. Com a apresentação do novo substitutivo, caem as subemendas dos parlamentares, o que deixou os vereadores revoltados. 

Numa primeira fase de discussão, parlamentares haviam apresentado 227 emendas ao texto, o que levou a prefeitura a estudar propostas e incorporar 88 delas a um primeiro substitutivo.

Ontem, dia em que vereadores aprovaram o texto em primeiro turno, foram apresentadas 71 emendas.
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