A Executiva do PT paulista negou recursos referentes a possíveis fraudes em Guarulhos e em outras 99 cidades onde a lisura da votação também é contestada por integrantes de correntes minoritárias do partido.
Embora o presidente nacional do PT, Rui Falcão, tenha decretado na semana passada que as listas de votação suspeitas sejam, obrigatoriamente, tornadas públicas, o PT de São Paulo rejeitou recurso da corrente Optei para ter acesso a 99 delas.
Integrantes da direção estadual do PT alegaram que a decisão de Falcão não é válida porque não foi aprovada pelo Diretório Nacional da sigla. "O PED aconteceu em 387 cidades. Cerca de 20 recursos pediram a anulação do resultado. Isso não compromete o processo", disse o secretário estadual de Comunicação, Aparecido Luiz da Silva.
Racha
As suspeitas de fraudes no PED ameaçam contaminar o 6º Congresso Nacional do PT, marcado para a primeira semana de junho com o objetivo de tentar dar início à reconstrução do partido em meio à sua maior crise e preparar a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência em 2018.
Em nota divulgada nesta terça-feira, 25, a corrente Democracia Socialista (DS) pede "absoluto respeito à democracia interna" para evitar um racha no partido.
"Lutaremos contra fraudes e fraudadores que buscam o caminho de bloquear a reconstrução vigorosa do PT", diz o texto intitulado "Pelo que lutaremos", um recado à corrente majoritária da legenda, Construindo um Novo Brasil (CNB).
Segundo o secretário nacional de Formação, Carlos Árabe, da DS, se as suspeitas de fraudes em ao menos cinco Estados não forem esclarecidas até lá, haverá contestação. "Vamos questionar durante o Congresso tudo o que for identificado como fraude. Achamos que isso deveria ser resolvido antes para que o Congresso não seja um acerto de contas de fraudes", disse.
Além das divergências, o PED explicitou o encolhimento do PT.