O dentista e pastor evangélico foi indicado pelo partido para o cargo e tinha um acordo para nomear apenas especialistas para as coordenadorias regionais e assessorias da Funai. Mas o líder do governo no Congresso Nacional, deputado André Moura (PSC-SE), e o ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR), a quem a Funai está subordinada, não aceitaram e exigiram a nomeação de vários políticos para cargos técnicos. “Não quero falar que existe uma guerra entre esses segmentos. Mas agora a disputa por esses espaços está mais acirrada”, avalia Costa.
O mal-estar interno ficou mais sério quando ele contrariou a nomeação de coordenadores regionais em Boa Vista (Roraima), Campo Grande (MS) e Passo Fundo (RS).
Na próxima semana, a exoneração de Antônio Costa deve ser publicada no Diário Oficial da União (DOU). Ele deveria ter caído no dia 19, mas, por ser o Dia do Índio, o governo achou por bem adiar a decisão. Seu substituto deverá ser indicado pelo mesmo PSC. Costa garante que após deixar o cargo vai continuar lutando a favor dos povos indígenas. “O Brasil precisa refletir que cada um, ao ocupar um cargo público, precisa cumprir preceitos básicos que envolvam transparência.”
O governo Michel Temer levou sete meses para nomear Costa, que só ficou quatro meses no cargo. Antes dele, o partido cogitou dois militares para o comando da Funai. Um dos nomes é o general Sergio Roberto Peternelli. Com a reação da sociedade civil, o ministro da Justiça na época Alexandre de Moraes desistiu e passaram a especular o nome do general Franklimberg Ribeiro de Freitas. O Ministério da Justiça não quis comentar a razão da exoneração de Costa nem sobre as indicações políticas para os cargos técnicos do órgão..