Segundo a delação premiada de executivos da empreiteira, Eunício foi destinatário de R$ 2 milhões. Quanto a Maia, os delatores revelaram à Procuradoria-Geral da República diversos repasses feitos pelo grupo. Segundo o Ministério Público Federal, os delatores afirmaram que a Odebrecht pagou propina para aprovar legislação favorável aos interesses da companhia.
Fachin autorizou em 4 de abril investigação em um mesmo inquérito contra Eunício, Maia, os senadores Romero Jucá (PMDB-RR) e Renan Calheiros (PMDB-AL) e o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA). Os parlamentares foram citados pelos delatores Alexandrino Alencar, Carlos José Fadigas de Souza, Cláudio Melo Filho, Emílio Alves Odebrecht, José de Carvalho Filho e Marcelo Odebrecht.
Um colaborador contou que, em 2008, Maia "solicitou e recebeu a soma de R$ 350 mil, a pretexto de auxílio à campanha eleitoral". "Entretanto, naquele ano, nem o parlamentar, tampouco seu pai, César Maria, foram candidatos a qualquer cargo eletivo", assinalou Fachin. O ministro registrou ainda que houve nova solicitação de repasse, em 2010, para a campanha de César Maia. Foram pagos R$ 400 mil por meio do Setor de Operações Estruturadas - conhecido como o "setor de propinas".
Defesas
Minutos após ser questionado por jornalistas na porta do plenário do Senado - e dizer que não sabia da existência da lista de Fachin -, Eunício divulgou, por meio de sua assessoria, uma nota curta no qual se defende das acusações: "A Justiça brasileira tem maturidade e firmeza para apurar e distinguir mentiras e versões alternativas da verdade".
Já Maia disse que confia na Justiça e tem convicção de que o inquérito aberto contra ele será arquivado.