Os dois se encontraram na noite de quinta-feira em uma sala na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. Durante mais de uma hora, Temer deixou claro a Mariz que uma de suas prioridades é encontrar soluções para o caos no sistema prisional - palco de atrocidades no início do ano no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte. O presidente disse que a assessoria terá total independência e que dará ampla cobertura a medidas que Mariz entender necessárias. Com larga experiência na área, o criminalista é apontado como o nome certo para assessorar o presidente em temas penitenciários.
Apesar de honrado com o convite, Mariz fez algumas considerações a Temer. Uma delas: ele teria de permanecer em Brasília por ao menos dois dias da semana, o que o levaria a deixar o tradicional escritório que mantém com 12 advogados. Como assessor, Mariz teria ainda de cuidar da estruturação do setor, ir atrás de recursos.
Na conversa com o presidente, o advogado pensou numa alternativa, como a criação de um comitê informal para planejamento e reforma do sistema penitenciário, mas sem que ele tivesse vínculo com o governo.
Mariz disse que não pretende atuar como uma espécie de conselheiro do presidente para a política. Eu me disponho a ficar sempre do lado do Michel, conversar, dar palpites. Somos amigos há pelo menos 40 anos, mas ele não comentou nada sobre isso comigo, afirmou. Segundo Mariz, o presidente foi incisivo e garantiu que está muito preocupado com a situação nos presídios. Não podemos ficar inertes, aguardando a próxima tragédia, disse o advogado a Temer.
A sensibilidade do Michel é total para o problema, afirmou Mariz. Verifiquei uma grande preocupação do presidente em relação ao sistema penitenciário brasileiro e um desejo expresso de encaminhar soluções, por entender que a situação não pode perdurar. Ele entende que medidas práticas têm de ser tomadas pelo governo, mas com efetiva colaboração de setores da sociedade. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..