Brasília, 27/11/2016 - O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Sérgio Etchegoyen, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que está estudando soluções tecnológicas para tentar proteger o presidente da República de tentativas de gravações das conversas com ele, em seu gabinete, como teria sido feito pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero.
"Nunca se pensou nisso antes, pelo ineditismo, que pode ter ocorrido, que seria um ministro de Estado, que além do mais é servidor de uma carreira de Estado, gravar o presidente da República", afirmou o ministro, que é responsável pela segurança do presidente. "Se isso de fato aconteceu é um escândalo e é inadmissível."
Etchegoyen trata episódio como um exemplo de "quebra de ética profissional".
De acordo com o ministro, "o presidente Temer ficou indignado, surpreso e estupefato com a notícia que recebeu de que teria sido gravado por um de seus ministros". "Ainda mais quando o ministro é um servidor de uma carreira de Estado, tão sensível quanto a diplomática."
Segundo Etchegoyen, é dever do chefe de GSI encontrar formas de proteger o presidente da República. Ele disse que não entra no mérito da discussão sobre o assunto tratado nas conversas Temer e os ministros. Meu problema é a segurança do presidente.
As notícias que chegaram ao Planalto é de que Temer foi gravado por Calero na segunda vez que o recebeu em seu gabinete, no dia 17, véspera de o então ministro pedir demissão. O processo de investigação do ex-ministro Geddel Vieira Lima na Policia Federal está sob sigilo.
Segundo Etchegoyen, outro problema grave é que inacreditavelmente o Palácio do Planalto não tem câmeras de segurança, e isso deixa vulneráveis as instalações. Elas foram retiradas por ocasião da reforma do prédio, em 2010, durante o governo do petista Luiz Inácio Lula da Silva e nunca mais reinstaladas.
O ministro disse que ainda não sabe exatamente o que poderia ser feito tecnologicamente para evitar a repetição do que chamou de episódios desagradáveis como este. Estamos estudando soluções com mais tecnologia, sem que seja invasivo ao presidente, afirmou. Todas as normas têm sido cumpridas e aparentemente ele (o ex-ministro) entrou com um equipamento para gravação escondido.
Segundo ele, não se revista uma pessoa convidada para se reunir com o presidente. Seria constrangedor. (Tânia Monteiro) As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo..