(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida


postado em 30/10/2016 12:00 / atualizado em 30/10/2016 08:27

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

É obrigatório dizer o que realmente importa

Se fosse Atlético e Cruzeiro, o grande clássico mineiro, um dos dois times poderia vencer ou poderia dar empate com gols. Só que era Atlético versus Atlético. E o resultado está claro e objetivo no placar eletrônico do estádio. Foi zero a zero. Um zero à esquerda, no sentido pejorativo, bem-entendido. Nenhum dos dois pode ser considerado politicamente esquerdista.

Alexandre Kalil e João Leite protagonizaram um dos piores debates eleitorais da história. Ambos, muito provavelmente por orientação de marqueteiros, deixaram de lado o próprio estilo. Se foram pesquisas internas de campanha que levaram a essa atitude, não há dúvida. O debate ficou na margem de erro. Eu disse erro no sentido de ambos estarem errados.

Alexandre Kalil, que atacava até com chutes de fora da área, preferiu tocar a bola de um lado para outro, ficou na retranca. João Leite, que era um goleiro de longa carreira na meta atleticana, não conseguiu atingir a meta política ditada pelo marketing. Preferiu ir ao ataque. Um soou falso, por deixar de atacar, o outro igualmente soou falso, por não saber atacar.

Melhor deixar o estádio e ir direto ao que interessa. Quem não está na praia – os funcionários públicos que o digam, sexta-feira já foi feriado e tem outro quarta-feira, com direito em várias cidades a ponto facultativo na segunda e na terça – vai comparecer às urnas para piorar ainda mais o que ocorreu no primeiro turno, tanta é a preguiça da política, preguiça desta campanha.

Posso até estar errado, mas quem vai vencer será a abstenção, o voto nulo e o voto em branco. Afinal, eles quase ganharam no primeiro turno. Faltou pouco, muito pouco. Agora, tende a piorar.

Aliás, já piorou. João Leite foi ingrato com seu padrinho político. Perguntado por Kalil sobre o apoio do senador Aécio Neves, o presidente nacional de seu próprio partido, simplesmente o ignorou. Fingiu que a pergunta nem existiu. E Kalil? Aproveitou o silêncio de João Leite? Não, muito antes pelo contrário, preferiu deixar para lá.

Bom, qualquer que seja o resultado de hoje, o mais importante é torcer (o futebol de novo) para que o vencedor faça uma boa administração na Prefeitura de Belo Horizonte. É tarefa nada fácil, principalmente no início do mandato. Arrecadação de impostos em queda livre por causa da recessão, pressão, desde já, de funcionários em busca de reajustes salariais, e por aí vai. É tanta crise que nem dá para elencar todos os seus efeitos.

 

Ridículo, ridículo, ridículo, ridículo
Se você não for votar, precisa justificar a preguiça que todos nós temos dessa política. Orientações oficiais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE): “No caso de justificava após as eleições, além do requerimento, é preciso apresentar documento que comprove a sua ausência. Por exemplo: bilhete da passagem, atestado médico. O eleitor que não justifica a ausência no pleito dentro do prazo de 60 dias após a eleição, fica em débito com a Justiça Eleitoral. Para regularizar sua situação, primeiro deve solicitar a Guia de Recolhimento da União (GRU) em qualquer cartório eleitoral ou posto de atendimento ao eleitor. Depois pagar uma multa, que varia de R$ 1,05 até R$ 3,51, por turno, para obter a certidão de quitação eleitoral”.

Pode piorar? Pode! mais ridículo ainda
O não pagamento desta multa “milionária” impede que o eleitor solicite a Certidão de Quitação Eleitoral. Em débito com a Justiça Eleitoral, o cidadão fica impedido de solicitar passaporte ou carteira de identidade, pedir empréstimo, participar de concurso público, inscrever-se em instituições públicas de ensino e, se tratando de funcionário público, a pessoa fica impedida de receber o salário. O que é ridículo? Pagar multa, que varia de R$ 1,05 até R$ 3,51, por turno, para obter certidão de quitação eleitoral. A passagem de ônibus para ir ao TRE é mais cara que a multa. Não resisto: regras de país subdesenvolvido. Põe subdesenvolvido nisso!

Fraude eleitoral
Calma, gente! Não é aqui. É nos Estados Unidos. Donald Trump, candidato republicano à Casa Branca, tem acusado já faz algumas semanas manipulação em favor de Hillary Clinton, do Partido Democrata. Não mostrou nenhuma prova, mas pôs fogo na reta final da campanha presidencial. E olha que as denúncias acusam de que houve registros de eleitores falsos e cédulas adulteradas. É, cédulas de papel em país desenvolvido. Sugestão ao presidente Michel Temer (PMDB): empresta para eles as urnas eletrônicas e mostre que o Brasil não é subdesenvolvido, pelo menos na eleição.

 

“Cabeças do Congresso”
A caminho do Leste (A questão do Contestado Minas Gerais/Espírito Santo) é livro recém lançado por Ibrahim Abi-Ackel (foto). Para explicar, é a briga de fronteira entre Minas e Espírito Santo. O que vale é a orelha da obra, feita pelas Edições do Senado: “Na Câmara, foi membro permanente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Durante esses mandatos integrou sucessivamente a lista de “Cabeças do Congresso (Pesquisa sobre os parlamentares mais influentes do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar –  Diap)”. Então, nada a comentar. Concordo plenamente.

Aliás...
Ainda da orelha do livro – o texto é do Senado, não do senador e escrito: “Era ali (Diap) mencionado como orador e pelos pareceres jurídicos que elaborou sobre a constitucionalidade das matérias”.

 

PingaFogo

Ainda das regras eleitorais: “Neste ano, quem deixou de votar no primeiro turno tem até 1º de dezembro de 2016 para justificar.

No caso do segundo turno, o prazo vai até o dia 29 de dezembro (tem algum 29 de dezembro que não seja dia?) de 2016”.

Então, ficamos combinados. Prazo até 29 de dezembro, vou justificar dia 25.

Já que não ofende, quero saber se o TRE estará aberto para que eu possa cumprir a legislação eleitoral. 

Detalhe: vou vestido de Papai Noel para alegrar a criançada na “fila”. É obrigatório? Então tem que estar aberto para o eleitor.

Bem, é isso. Um sistema eleitoral de primeiro mundo. Primeiro mundo cão, bem-entendido. Bom voto!

 

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)