Jornal Estado de Minas

Ministro Gilmar Mendes defende reforma política


São Paulo
- O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, também ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ontem que não é possível manter o atual modelo político vigente no país e que uma reforma é urgente. “Não podemos continuar desse jeito, é preciso uma reforma política mais profunda”, disse, argumentando que um dos principais entraves para as mudanças são os próprios congressistas, que chegaram ao parlamento com o atual modelo político. Para o ministro e presidente do TSE, o que pode desencadear as mudanças necessárias neste setor é a operação Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras e já levou empresários e políticos para atrás das grades. “O grande motivador para mudar (o atual modelo político) é a Lava Jato, tenho expectativa que vamos fazer”, afirmou, sem entrar em detalhes em quais seriam essas mudanças.

Na sua avaliação, a credibilidade na política está em baixa no país, por isso as mudanças são urgentes. Indagado sobre a detecção de elevadas doações por parte de algumas pessoas físicas nessas eleições, já que as empresariais estão vetadas, justificou dizendo que há pessoas ricas que doam elevadas somas. E informou que o TSE está com um sistema de fiscalização, inclusive das doações, muito melhor do que nos pleitos anteriores. Mendes disse ser contrário ao fim do financiamento de pessoas físicas nas eleições, na esteira do fim do financiamento empresarial, exemplificando que é preciso pensar no financiamento de cerca de 500 candidatos, que estão em disputa neste pleito municipal em todo o país.

A respeito da violência que vem ocorrendo neste pleito em algumas localidades, como na cidade goiana de Itumbiara, Gilmar Mendes disse que o TSE acompanha esses fatos com muita preocupação. “O caso Itumbiara é lamentável, aguardamos os desdobramentos das investigações”, comentou, reiterando que a corte está atenta a esses registros..