Porto Alegre, 26 - O debate com candidatos à Prefeitura da capital gaúcha realizado na noite deste domingo foi marcado por uma concentração de críticas voltadas à atual administração municipal. O candidato da situação, Sebastião Melo (PMDB), é o atual vice-prefeito da cidade e lidera as pesquisas de intenção de votos. Este debate foi o primeiro desde a último levantamento do Ibope, que mostrou um distanciamento de Melo com relação aos adversários.
Participaram do encontro, organizado pela Rede Record, cinco dos nove candidatos. Além de Melo, o ex-prefeito Raul Pont (PT), o deputado federal Nelson Marchezan Junior (PSDB) e o deputado estadual Maurício Dziedricki (PTB) foram escolhidos pelo critério de representatividade dos partidos na Câmara dos Deputados. Já a ex-deputada federal Luciana Genro (Psol) foi convidada por um critério jornalístico, pois está bem colocada nas pesquisas de intenção de votos.
Repetindo o ocorrido em debates anteriores, segurança e obras públicas estiveram entre os assuntos mais abordados. Mas, se em outras ocasiões os ataques foram mais difusos, desta vez foi possível observar que o alvo principal era o candidato da situação.
Logo no primeiro bloco, ao responder a uma pergunta de Melo, Luciana questionou o volume de recursos gastos pela Prefeitura com cargos de confiança. Ela disse que, se eleita, cortaria os CCs em excesso e empregaria o dinheiro para fazer um programa que gere trabalho e renda para mulheres vítimas da violência doméstica.
Também no primeiro bloco, Pont questionou Melo sobre o atraso na execução de obras públicas. Segundo o candidato petista, Porto Alegre tem obras "que foram mal contratadas, mal licitadas, sem projeto básico, e que vão exigir mais recursos do município".
O vice-prefeito também mencionou que nesta segunda-feira será entregue uma passagem de nível na Avenida Anita Garibaldi. A liberação ocorre com quase três anos de atraso em relação à previsão inicial e depois de problemas no planejamento. Originalmente, este projeto estava incluído no pacote de obras prometidas para a Copa de 2014. "Nós pegamos a Copa como uma oportunidade", afirmou Melo. "A Prefeitura está resgatando obras que vão melhorar muito a vida do cidadão."
No segundo bloco, Pont voltou a questionar Melo, perguntando por que a Prefeitura não tem uma atuação mais efetiva na área de segurança, diante da crise que o Estado vive nesta área. Melo citou ações desenvolvidas pela administração municipal, como os centros integrados de comandos e a instalação de câmeras.
Na réplica, o petista perguntou por que há 260 vagas na Guarda Municipal que não são preenchidas. "Nós não chamamos mais guardas porque não temos recursos.
Os candidatos também se referiram à atual administração mesmo quando suas perguntas ou respostas não eram direcionadas a Melo. Num determinado momento, quando Marchezan e Dziedricki debatiam, os dois disseram que a Prefeitura deveria assumir a responsabilidade quando o assunto é segurança pública. Ambos garantiram que, se ganhassem a eleição, tratariam o tema como uma prioridade.
O último debate na televisão em Porto Alegre será na próxima quinta-feira à noite. Uma pesquisa Ibope divulgada na sexta-feira, 23, apontou Melo na liderança da corrida eleitoral na capital gaúcha. Ele apareceu com 29% das intenções de voto, seguido Raul Pont e Nelson Marchezan Junior (PSDB), com, 17%, e Luciana Genro, com 12%. Como a margem de erro é de três pontos porcentuais, para mais e para menos, os três estão tecnicamente empatados.
Na sequência estão Maurício Dziedricki (PTB), com 7%, e Marcello Chiodo (PV), Júlio Flores (PSTU) e Fábio Ostermann (PSL), com 1% cada um. João Carlos Rodrigues (PMN) não atingiu percentual.