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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida

E conclui: "Não se pode aceitar como coincidência o fato de o relatório ser apresentado no meio do julgamento"


postado em 28/08/2016 12:00 / atualizado em 28/08/2016 10:16


Piada pronta, peça de ficção

A “Nota de repúdio ao indiciamento a Lula e d. Marisa Letícia” vem dos advogados do ex-presidente e diz tudo. Ele próprio, pelo jeito, só se defende em encontros do PT, embora deixe visível o seu abatimento.

O primeiro item já começa com ato falho: “1 – Corrupção passiva”: “O ex-Presidente Lula e sua esposa foram indiciados pelo crime de corrupção passiva (CP, art. 317, caput) sob o argumento de que teriam recebido “vantagem indevida por parte de Jose Aldemário Pinheiro Filho e Paulo Roberto Valente Gordilho, presidente e engenheiro da OAS, consistente na realização de uma reforma no apartamento 174 do Edifício Solaris, no Guarujá, devidamente descritas e avaliadas no laudo pericial nº 375/2016, que apontam melhorias no imóvel avaliadas em obras (R$ 777.189,13), móveis (R$ 320.000,00) e eletrodomésticos (R$ 19.257,54), totalizando R$ 1.116.446,37)”.

Ficou grande, será preciso reduzir outras partes. Falta de espaço. “O imóvel que teria recebido as melhorias, no entanto, é de propriedade da OAS como não deixa qualquer dúvida o registro no Cartório de Registro de Imóveis (matricula 104801, do Cartório de Registro de Imóveis do Guarujá), que é um ato dotado de fé pública”. Tenha fé que não houve a transferência, basta um contrato de gaveta. Já a OAS dispensa apresentação.

Aí, vira piada pronta, peça de ficção. Vamos direto às conclusões: “Os elementos acima não deixam qualquer dúvida de que: 1 – A peça é uma ficção; o relatório não parte de fatos, mas, sim, de ilações ou suposições; 2 – A peça não tem respaldo jurídico: Lula e sua esposa não são proprietários do imóvel que teria recebido as melhorias. Não são funcionários públicos, que é a premissa do crime de corrupção passiva”. Leu o ato falho?

O último item é o resumo da ópera: “3 – A peça tem motivação política: O delegado Marcio Adriano Anselmo tem histórico de ofensas a Lula nas redes sociais e já expressou publicamente sua simpatia por campo político antagônico ao ex-presidente”.

E conclui: “Não se pode aceitar como coincidência o fato de o relatório ser apresentado no meio do julgamento do impeachment da Presidente da República eleita com o apoio de Lula”. Ah! É o impeachment de Dilma. Lá mora o perigo. Nada a ver com o apartamento.

 

Até mundial
Sob o título “Segue entrevista do Rodrigo Pacheco – Sincavir, seguido de Campanha 15”: “Nós temos que reconhecer que é um ponto controvertido e muito polêmico. A minha posição é de assentar com todos os segmentos e definir uma solução pra isso. Mas isso passa por uma discussão nacional. E até mundial”. Sobre a polêmica mundial ele ressalva: “Não vou dizer que eu sou contra o Uber, tampouco sou contra os taxistas”.

 

Em tempo
Óbvio, o deputado federal Rodrigo Pacheco (foto) (PMDB-MG) perderia os votos dos dois na disputa pela Prefeitura de Belo Horizonte. O melhor, no entanto, é não deixar de citar a sigla abreviada. A explicação: Sincavir, Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais. Viu? Quase maior que a nota inteira.

A voz do leitor
Frequente, escreve Kleber Pereira: “Caro Baptista, anunciam um filminho sobre o impeachment da ‘presidenta inocenta’. Será possível fazê-lo com Dilma e suas acólitas Gleisi, Vanessa, Fátima Bezerra e outras no papel de mocinhas? Não dá pra acreditar numa película com essas estrelas. Os papéis de bandidos estarão reservados para Ronaldo Caiado, Cássio Cunha Lima, Ricardo Ferraço e outros, prontos a sacar armas contra a indefesa, ‘inocenta’ e ‘incompetente’ Dilminha, a libertária que – coitada – nenhum mal fez aos brasileiros. Deverá ser sucesso retumbante de bilheteria, em face do interesse que despertará nos brasileiros, especialmente os desempregados”.

Chumbo destrocado
“Não me arrependo. O Senado não tem moral para julgar a presidente Dilma. Uma parte grande dos senadores está respondendo a processo, inclusive eu.” A frase é da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), como forma de se desculpar com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), duramente por ela atacado. Gleisi até tentou se desculpar. Ligou para Renan, mas ele não atendeu. Já o presidente do Senado disse sobre sua reação, com resposta dura a Gleisi: “Fui desproporcional. Não é do meu estilo”. E repetiu: “Estou extremamente chateado”. Ah! Tadinho do Renan, né?

Levantou a bola, né?
Ex-atleta de vôlei, Eliana Aleixo Leite desta vez não entrou em quadra. Preferiu entrar em campo de futebol de várzea, que, cá entre nós, é mais a praia do marido, João Leite (PSDB). “Espaço como esse é um legado que atravessa gerações. O esporte transforma vidas”. Bem, como não poderia deixar de ser, deixou o discurso esportivo e fez o político: “Foi de um campo deste que João Leite saiu para o mundo e dar continuidade ao projeto para beneficiar a população”. E ainda fez clipe para a campanha, gravado, é claro, no gramado de várzea beneficiado pelo programa Campos de Luz.

Pinga Fogo

Para ser justo, já que o texto completo traz argumentos em defesa de Lula e sua esposa e até de Dilma, o link do e-mail do escritório Teixeira, Martins & Advogados. Mais informações em www.abemdaverdade.com.br

Necessário registrar: o deputado federal Rodrigo Pacheco (PMDB-MG) disputará a eleição em coligação com mais dois partidos, o PSC e o PTN.

É piada pronta, repetida, mas errar é humano. O resto, todo mundo sabe. O ministro da Cultura, Marcelo Calero, foi vaiado na abertura do Festival de Gramado do Rio Grande do Sul. Vaiado de novo. E no mesmo filme: Aquarius, que tem a atriz Sônia Braga como protagonista.

Ele mesmo, aquele Calero que condenou o protesto contra o governo feito pelos artistas do filme no Festival de Cannes, quando o longa-metragem concorreu à Palma de Ouro. Detalhe: assistiu ao filme. Pela primeira vez.

É a mesma revista semanal de sempre, que foi novamente alvo da ainda presidente Dilma Rousseff (PT). “O jornalismo de guerra não terá êxito”, declarou Dilma. Antes, desancou: “O esforço de parte da mídia, que volta e meia se utiliza de métodos torpes e anti-jornalísticos, divulgando supostas delações vazadas criminosamente para cometer o assassinato da reputação da senhora Presidenta da República, será em vão”.


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