Jornal Estado de Minas

MP pede que Nárcio Rodrigues, liberado semana passada, seja preso novamente


O Ministério Público de Minas Gerais pediu que o ex-secretário de Ciência Tecnologia e ex-presidente estadual do PSDB Nárcio Rodrigues tenha a prisão preventiva mantida. Ele foi solto na sexta-feira da semana passada, após ter ficado preso por quase três meses suspeito de desvio de recursos na construção do Centro Internacional de Educação, Capacitação e Pesquisa Aplicada (Hidroex), em Frutal, no Triângulo Mineiro.

O pedido para que ele volte a prisão é de autoria da promotora Maria Constância Martins da Costa, da 3ª Promotoria de Justiça de Frutal. No entendimento da promotoria, Nárcio também é réu em outro processo e, por isso, não deveria ter sido liberado, já que a há prisão preventiva.

No pedido feito pela promotora “tem-se que teria ocorrido suposta falha no sistema informatizado, decorrente do não cadastramento do mandado de prisão preventiva relativo a esta ação penal.”

A estimativa é que o esquema tenha desviado cerca de R$ 14 milhões dos cofres públicos. Ainda no pedido a promotora ressalta que “há prova da materialidade delitiva e indícios veementes de autoria”. A medida de manutenção da prisão seria, inclusive para evitar “contaminação ou desaparecimento de provas”.

Preso no final de maio pela Operação Aequalis, deflagrada pelo Ministério Público Estadual (MPE), ele é suspeito de desvio de recursos quando era secretário do então governo de Antonio Anastasia (PSDB), entre 2010 e 2014.

No final de junho, ele e mais outras 14 pessoas viraram réus em uma ação penal que tramita em Frutal.
O grupo é acusado de organização criminosa, fraude em licitação, obtenção de vantagem indevida, lavagem de dinheiro, peculato e obstrução de investigação.

De acordo com o MPE, a construção da Hidroex teria beneficiado a construtora CWP, que já pertenceu a um primo de Anastasia, Waldemar Anastasia Polizzi. Os promotores também investigam irregularidades na execução das obras. A estimativa é que o esquema tenha desviado cerca de R$ 14 milhões. A suspeita do MPE é de que o dinheiro tenha sido usado para bancar campanhas eleitorais. .