Jornal Estado de Minas

PT decide neste fim de semana candidato para disputar Prefeitura de BH

Reginaldo Lopes, deputado mais votado em Minas, também tem chance de ser escolhido para concorrer - Foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
O PT pode decidir este fim de semana quem será seu candidato a prefeito de Belo Horizonte. No páreo estão o ex-vice-prefeito Roberto Carvalho, o deputado federal Reginaldo Lopes e o estadual Rogério Correia. Os três tentam um consenso para não haver disputa no partido, que realiza sábado um encontro dos filiados da capital. Ontem, eles se reuniram com o secretário de Governo, Odair Cunha, para tentar chegar a um consenso. Amanhã, véspera do encontro do diretório municipal, está marcada uma nova reunião com Odair. Caso haja unidade, o encontro pode ser adiado para domingo e virar um ato oficial de lançamento da candidatura. Caso não haja, os delegados poderão decidir no voto o nome do candidato. “O clima é de entendimento, unidade e consenso”, disse Roberto Carvalho, repetindo a mesma declaração dada pelos outros dois pré-candidatos, que garantem que até amanhã o nome vai ser decidido.


O aval para uma candidatura própria da legenda foi dado oficialmente esta semana pelo governador Fernando Pimentel, que se comprometeu a trabalhar para garantir apoio de outros partidos para o nome do PT.
Entre as legendas cobiçadas pelos petistas estão PCdoB, Rede, PDT, PRB e PV. Algumas já têm seu pré-candidato, caso da Rede, com o deputado estadual Paulo Lamac, que deixou o PT recentemente. O PDT também tem seu nome, o deputado estadual Sargento Rodrigues. Apesar de ser opositor de Pimentel na Assembleia, seu partido é aliado do PT na luta contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff e tem bom relacionamento com Pimentel no estado.

“Estamos caminhando para uma convergência, essa é a ideia”, defende Reginaldo, tido entre os petistas como o mais empolgado com a disputa. Já o deputado Rogério Correia disse que deve se reunir hoje com sua base na capital para avaliar qual rumo deverá ser tomado. Para alguns integrantes da legenda, o nome pode ser mesmo o de Reginaldo Lopes. O problema, seria a falta de apoio entre os delegados do partido, grande parte ligada a Roberto e Rogério, mas a intenção é tentar uma unidade, revela essa fonte ouvida pela reportagem.

Apesar do apoio do governador, a expectativa de integrantes da legenda com a disputa não é muito grande.
O partido está na berlinda por causa da Operação Lava-Jato, da crise econômica e do afastamento da presidente e tem uma das mais altas taxas de rejeição na capital. Antes dessa decisão, chegou a se cogitar uma tentativa de reaproximação do PT com o grupo do prefeito Marcio Lacerda (PSB), que sucedeu Pimentel no comando do capital, tendo como vice, na época, Roberto Carvalho.

Mesmo não tendo vingado a aliança com Lacerda, o PT deve compor com o PSB, caso fique de fora em um eventual segundo turno. O nome do PSB para a sucessão de Lacerda é o ex-secretário de Cultura do governo do PSDB e presidente da Cenibra, Paulo Brant. Pelo PSDB, o candidato vai ser o deputado estadual João Leite, que já tentou duas vezes se eleger prefeito de Belo Horizonte. A estratégia do governador é lançar um candidato para marcar presença, garantir uma bancada de vereadores, tentar impedir o PSDB de conquistar a prefeitura e atrair Lacerda novamente para seu campo político, isolando os tucanos. Tudo de olho na sucessão de 2018 para tentar garantir que Lacerda saia candidato ao Senado e não ao governo do estado.

PSTU perde 700 filiados

A posição do PSTU em relação ao impeachment da presidente Dilma Roussef rachou a legenda. Ontem, um grupo de cerca de 700 filiados da legenda deixou o partido e anunciou a criação de uma organização de esquerda. O encontro para a fundação da nova legenda, ainda sem nome definido, deve acontecer no dia 23.
Os descontentes queriam que o PSTU se posicionasse contra o afastamento da presidente, mantendo a postura de oposição ao seu governo e não ao lema “fora todos eles”. Defendiam ainda que a legenda participasse dos atos da Frente Povo Sem Medo, encabeçada pelo PSOL e MTST  para a formação de uma aliança de esquerda que tivesse como eixo o combate ao impeachment. O grupo dissidente também pregava que o partido participasse de uma frente de esquerda com PSOL, PCB e partidos sem registro e movimentos sociais para fazer frente aos ajustes fiscais. Em nota, a direção nacional do PSTU disse que “a maioria do partido rechaçou esta posição por considerar que o “Não ao impeachment” significava, na prática, “a mesma postura política da campanha contra o suposto golpe, deflagrada pelo PT para tentar manter Dilma no governo”. 

 

                        
                                                                                                                                    

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