Eles estenderam uma grande faixa, que ocupa metade do chão da rua, com uma foto do rosto do presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os dizeres "Tchau, ladrão", uma resposta ao "Tchau, querida" usado contra Dilma Rousseff no processo de impeachment.
A faixa também provoca o presidente em exercício com o questionamento: "E o Temer?" - Michel Temer foi citado em delações da Lava Jato mas não é alvo, até o momento, de nenhum processo de investigação e Cunha tornou-se réu, ontem, pela segunda vez no STF, suspeito de lavagem de dinheiro e desvios no esquema de corrupção da Petrobras.
"Não vejo os companheiros da Polícia Federal irem na casa do Cunha, da mulher do Cunha, da filha do Cunha.
O secretário petista também citou integrantes do PSDB, como o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), Fernando Capez, citado em investigações da Máfia da Merenda, e o ministro da Justiça, ex-secretário de Segurança da gestão Alckmin em São Paulo, Alexandre de Moraes. João Bravin acusou Moraes de servir a interesses do governo Temer ao autorizar a ação de hoje da Polícia Federal.
"Associem, ontem uma conversa do (Sergio) Moro (juiz da Lava Jato) com Alexandre de Moraes, o Cunha novamente como réu e na sequência uma ação dessa. Vejo como (tentativa) de desviar o foco, uma tentativa esdrúxula de garantir um governo golpista que não tem como se sustentar. A cada semana temos um ministro desse governo golpista saindo. É um absurdo essa perseguição seletiva ao PT", disse o petista a jornalistas, após sua manifestação.
"A ação de hoje é seletiva contra o nosso partido, a ação hoje contra o Paulo Bernardo, contra o ex-ministro Gabas e aqui na sede do PT é exatamente porque o PMDB está acuado. Michel Temer não tem governabilidade.
"Esse mesmo Alexandre de Moraes é o mesmo que está hoje na Justiça (ministério) e que foi secretário (de Segurança) de São Paulo. Como pode? A população desse País assistir isso. Uma ação dessa é uma ação contra a democracia, contra o estado de Direito, a liberdade de expressão", prosseguiu.
Ele destacou que PT, PCdoB e PSOL foram partidos a defender uma constituinte exclusiva para a reforma política enquanto outros partidos, como PSDB e PMDB não são investigados.
"Por que a polícia Federal invade a sede de um partido e só do PT?", questionou. Apesar da fala do petista, políticos tucanos, como Aécio Neves, presidente do partido, e caciques do PMDB, como Cunha, o presidente do Senado, Renan Calheiros, e o senador Romero Jucá são investigados na operação.
A sede do PT é alvo de mandado de busca e apreensão na manhã desta sexta-feira, no âmbito da operação Custo Brasil - desdobramento da Lava Jato. Bravin afirmou que nem ele nem outros dirigentes do partido têm ainda informação sobre o que está sendo coletado no prédio..