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Estado de Minas

Coluna do Baptista Chagas de Almeida

Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro que devem mais de R$ 300 milhões pagarão só a diferença. No caso mineiro, R$ 200 milhões


postado em 22/06/2016 12:00 / atualizado em 22/06/2016 08:26

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

Poesia pura para os governadores

No meio do caminho tinha um impeachment, tinha um impeachment no meio do caminho. Que me perdoe Carlos Drummond de Andrade, mas é poesia pura para os governadores o saco de bondade – no singular, porque ainda pode virar plural – para que o presidente em exercício, Michel Temer (PMDB), tenha o apoio deles na votação do pedido de impeachment no Senado.

Basta separar a chapa. Vota o impeachment só da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Afinal, ela já está com os dias contados mesmo. Não tem nenhuma chance de escapar.

Temer, escolado no Legislativo, sabe da influência dos governadores sobre a bancada dos senadores em especial, geralmente mais fiel do que a dos deputados, que é bem mais heterogênea. Até o fim do ano, os 25 estados favorecidos nada pagarão da dívida com a União. O prazo serve, pelo menos, para dar um refresco aos estados.

Aliás, a medida atinge 25 estados que têm parcelas mensais de até R$ 300 milhões. Um alívio de caixa destes, na temporada de arrecadação em queda brutal diante da recessão, soa como música aos governadores. O presidente Michel Temer faz a sua ressalva. Justifica que é uma “solução emergencial” até que seja concluído um novo “pacto federativo”.

Como será isso? Responde o próprio presidente em exercício: “Queremos, mais adiante, propor uma fortíssima revisão do pacto federativo que conceda maior autonomia aos estados”. Uma “fortíssima” já chama a atenção. “Autonomia aos estados” é tudo o que os governadores sonham, não é de hoje. E não só os atuais. Faz tempo. Afinal, vivem de pires na mão, se ajoelhando na sala da Presidência da República.

Em tempo: notou os 25 estados? Pois é, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro que devem mais de R$ 300 milhões pagarão só a diferença. No caso mineiro, R$ 200 milhões, já que o desembolso é de R$ 500 milhões. E terão uma negociação em separado.

Não é para menos, eles têm os três maiores colégios eleitorais. Embora o presidente em exercício tenha anunciado publicamente, em viva voz, que apoiaria o fim da reeleição, em política, as posições mudam de acordo com a direção em que o vento sopra. Se não vier uma ventania do Supremo contra Temer, quem sabe?

Foi antes
Atual provedor da Santa Casa de BH e ex-presidente da empresa, Saulo Coelho pede para retificar. Como ele tem toda razão, aí vai a informação correta. O prédio, que foi alvo de intensa disputa judicial entre a União e o Tribunal de Justiça (TJMG), tinha o nome de “Presidente Tancredo Neves”, quando sediava a Telemig, e não a Telemar Norte Leste.

E Depois...
Pode piorar? Pode. Não custa repetir. Para piorar, uma grande injustiça com a memória política mineira. O prédio terá a placa “Palácio da Justiça – TJMG”. Neto do presidente Tancredo, que fez história na política brasileira, embora não tenha exercido a Presidência, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) bem que podia apresentar no Congresso o pedido de impeachment da mudança de nome da nova sede do tribunal.

A voz do leitor
Escreve Ricardo Camargos: “Prezado Baptista Chagas, muito feliz a sua percepção na nota da edição do último domingo sobre a absoluta ausência do nome do réu em questão e das siglas partidos dos deputados na reunião extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para definir o destino do antigo guru e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). É o tal caso: com a moral da política e dos políticos, quem veste a carapuça nunca assina o nome. Quanto mais à coisa de três meses e pouco das eleições municipais. Enquanto isso cresce de forma avassaladora a venda de óleo de peroba e flanelas nas melhores casas do ramo.”

Ministro quem?

Está assim a informação divulgada à imprensa: O deputado Odelmo Leão acaba de anunciar a liberação no valor de R$ 9.401.863,68, para que o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) volte a atender a população o mais rápido possível. “O Ministro da Saúde me ligou agora há pouco para informar que, atendendo meu pedido, foi efetuado o pagamento do valor de R$ 9.401.863,68 ao Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia”, revelou Odelmo. Uai, quem é o ministro da Saúde? Nem o deputado sabe? Então vai a informação: é Ricardo Barros.

Aterrissagem forçada

Relator do Código Aeronáutico Brasileiro, o deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) votou a favor da aprovação da medida provisória que altera regras para empresas estrangeiras investir e se instalar no Brasil com até 100% de seu capital. Há dois anos houve consenso no Código Brasileiro de Aeronáutica, mas a presidente Dilma Rousseff (PT) optou por aterrissagem forçada. Vetou. “Se alguém tem conta no Santander ou no HSBC, o capital desses bancos é 100% estrangeiro. Se você usa a telefonia da Vivo ou Claro, são empresas estrangeiras. É absolutamente normal ter no setor aéreo empresas com capital estrangeiro, sob fiscalização brasileira”, avalia Abi-Ackel.

PINGAFOGO


Embora sempre batize suas operações de forma bastante criativa, desta vez a Polícia Federal arremeteu, ao batizar de “turbulência” a operação que apura esquema de corrupção na campanha presidencial de Eduardo Campos (PSB) em 2014.

É de extremo mau gosto o nome dado à investigação sobre a compra do avião do então candidato que caiu matando Eduardo Campos. Os donos da aeronave são acusados de lavagem de dinheiro, além de corrupção.

Nunca antes as galerias da Assembleia Legislativa (ALMG) estiveram tão lotadas como nas últimas semanas, já que está para ser votada a Reforma Administrativa do Estado.

Ontem foi a vez dos servidores do Departamento de Obras Públicas (DEOP), que não querem a fusão com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER).

Contrário à proposta, o deputado João Leite (PSDB) declarou: “É inaceitável e a oposição continua obstruindo a votação até que servidores e deputados sejam ouvidos”.

Presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha nega que fará delação premiada ou renunciar ao mandato. Mais um episódio da série “Acredite se quiser”.

 


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