O conjunto de apurações está praticamente parado desde março, quando Lula foi nomeado ministro da Casa Civil, ganhando foro privilegiado no STF, mesmo com a posse suspensa pela Justiça. Com a queda do governo Dilma Rousseff, em 12 de maio, todos os ministros foram demitidos, incluindo Lula, e perderam o benefício de vez. A única investigação que avançou foi uma que já corria no Supremo e acabou ampliada quando o então senador Delcídio do Amaral acusou o petista de participar de um complô para calar o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró. O procurador-geral da República arrolou Lula na denúncia do Inquérito nº 4170. Com a cassação de Delcídio, em maio, pediu que tudo fosse mandado para a 13ª Vara Federal de Curitiba, aos cuidados do juiz Sérgio Moro.
Antes disso, o Ministério Público já havia pedido do retorno dos demais procedimentos criminais de Lula para o Paraná.
no ataque Em pronunciamento durante evento em Brasília com integrantes do Ministério Público, Rodrigo Janot negou que o órgão tenha sido responsável por vazamentos da Operação Lava-Jato, rebateu críticas e disse que não tem pretensão de sair candidato após deixar o cargo. Em um discurso forte e inesperado, ele deu recados claros a adversários e afirmou que ninguém está acima da lei. Janot fez menção direta à divulgação recente dos pedidos de prisão contra quatro dos principais nomes do PMDB e chamou de “levianas” as acusações de que o vazamento teria saído da própria Procuradoria-Geral da República (PGR) como forma de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a mandar prender os políticos. Ele apontou que a teoria foi disseminada por “figuras de expressão nacional, que deveriam guardar imparcialidade e manter o decoro”.
“O vazamento não foi da PGR. Aliás, envidarei todos os esforços que estiverem ao meu alcance para descobrir e punir quem cometeu esse crime. Como hipótese investigativa inicial, vale a pergunta: a quem esse vazamento beneficiou? Ao Ministério Público, não foi”, disse. Sem citar nomes, o ministro do STF Gilmar Mendes, nesta semana, criticou os vazamentos, disse que o caso se trata de uma “brincadeira” com a Suprema Corte e “abuso de autoridade”, insinuando que as informações teriam sido divulgadas pela PGR.
Japonês com tornozeleira
O agente federal Newton Ishii, o Japonês da Federal, vai cumprir pena de tornozeleira eletrônica. Preso em Curitiba desde terça-feira, Ishii foi condenado em 2009 pela Justiça Federal no Paraná por corrupção e descaminho, ao supostamente facilitar a entrada no Brasil de produtos contrabandeados do Paraguai. A condenação foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março deste ano. A Corte determinou pena de quatro anos e dois meses de prisão. Como não existe casa de albergado no Estado do Paraná para o cumprimento de pena em regime semiaberto, o que é comum em caso de condenações de menos de seis anos, o juiz Matheus Gaspar, da Vara de Execuções Penais, determinou que o agente da PF fique custodiado no Centro de Operações Especiais (Cope). Newton Ishii ficou conhecido como ‘Japonês da Federal’ ao escoltar presos e investigados da Operação Lava-Jato.
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