Relator pede tempo e sessão que pode cassar mandato de Cunha é adiada

Presidente do Conselho de Ética encerrou os trabalhos e convocou nova reunião para está quarta-feira, às 14h

Marcelo Ernesto
- Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

A decisão sobre a cassação ou não do mandato do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ficou para esta quarta-feira. Isso porque o relator da ação, deputado Marcos Rogério (DEM-PR), pediu um prazo para analisar o parecer alternativo apresentado na reunião de hoje por José Carlos Bacelar (PR-BA). “Não poderia, por dever de lealdade, fazer a análise de forma açodada. Para fazer essa análise mais detalhadamente, poderia apresentar as alegações finais ainda nesta quarta-feira”, disse Rogério. Atendendo ao pedido, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), encerrou a reunião. Marcos Rogério fez o pedido a Araújo em uma manobra regimental, para evitar que seu relatório fosse rejeitado.

O deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) pediu, ao invés da cassação, a suspensão do mandato de Cunha por três meses, como medida alternativa.

Na sessão de hoje, vários deputados defenderam que não haja a cassação de Cunha. O serviço de amenizar a denúncia de que o presidente afastado da Câmara mentiu ao dizer que não tinha contas na Suíça foi assumido por seus aliados no colegiado.
O deputado Carlos Marum (PMDB-RS), defensor histórico dele, disse que as denúncias não são suficientes para a cassação.

Já Alessandro Molon (Rede-RJ), afirmou que não outra alternativa para Cunha. "A não ser que alguém acha que esconder contas na Suiça é irrelevante não há outra saída a não ser aprovar o relatório do deputado Marcos Rogério (DEM-PR)", afirmou. Ele ainda afirmou que a opinião pública clama pela cassação do deputado e presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). "A sociedade brasileira não tem nenhuma duvida sobre a necessidade de cassação. Se essa dúvida existe aqui dentro ela não existe lá fora", afirmou.

Cadê Tia Eron


Quem assumiu protagonismo que talvez não esperava por ele é a deputada Tia Eron (PRB-BA), considerada a portadora do voto que vai definir a situação de Eduardo Cunha. O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) espera que a deputada defenda a cassação de Cunha. “Aguardamos ansiosamente a Tia Eron, embora ela tenha dito que votará pela preservação moral da Casa. Vejo que os colegas todos compareceram e ela ainda não chegou”, afirmou.

“Atenção tia Eron, onde estiver, o único voto que tenta fazer defesa do Cunha reconhece que ele mentiu”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-BA), em relação ao voto em separado apresentado pelo deputado João Carlos Bacelar (PR-BA), que pede a suspensão do mandato de Cunha por três meses.

A deputada não compareceu a sessão de hoje e não foi vista na Câmara dos Deputados. .