Mesmo preso, Ruy Muniz consegue impedir cassação de mandato

Prefeito de Montes Claros está preso desde o dia 18 de abril, mas conseguiu aprovar licença do cargo por 60 dias e colocar em seu lugar o vice-prefeito José Vicente Medeiros (PMDB)

Iracema Amaral Alessandra Mello
Ruy Muniz - Foto: Ludmila Guimarães/EM/D.A Press
O prefeito de Montes Claros, Ruy Muniz, ganhou um fôlego nesta terça-feira para impedir ter o mandato cassado. Muniz está preso desde o último dia 18 abril passado, suspeito de  prejudicar hospital público ao privilegiar unidade hospitalar de propriedade da família dele. Por 14 votos a  8 voto, ele conseguiu aprovar, na Câmara municipal, pedido de licença de 60 dias e, ao mesmo tempo, rejeitar dois pedidos para declarar a vacância do cargo de prefeito e, também,  a instalação de uma comissão processante para cassar seu mandato.

Com a licença aprovada, Muniz ganha tempo para evitar a perda do cargo, já que o artigo 68 da Lei Orgânica do município diz que o prefeito perde o cargo caso se ausente da cidade por mais de 20 dias sem autorização dos vereadores.

Revogação

Na semana passada, a defesa do prefeito entrou com um pedido de revogação da prisão, mas ele foi negado pela Justiça Federal. Seus advogados vão recorrer ao Superior Tribunal de Justiça para tentar relaxar sua prisão. Além de Muniz, também foi presa a secretária de Saude do município, Ana Paula Nascimento. A cidade vem sendo administrada pelo vice-prefeito, José Vicente Medeiros (PMDB). Um dos fundamentos da prisão preventiva é que Muniz estaria ameaçando testemunhas do processo de investigacão aberto pelo Ministerio Público Federal para investigar as denúncias de irregularidades.

Expulsão

Muniz também deve ser expulso do PSB.
A direção nacional do partido solicitou explicações ao PSB em Montes Claros para decidir o destino de Muniz. O partido já queria tomar essa decisão semana passada, mas foi pressionado pela deputada federal Raquel Muniz (PSD), mulher do prefeito, que pediu um prazo. A legenda também quer ouvir a opinião do prefeito de Belo Horizonte e presidente do PSB mineiro, Marcio Lacerda, responsável pela ida de Muniz para a legenda, no começo deste ano. Caso fique sem legenda, Muniz não poderá se candidatar a reeleição..