Segundo Temer, o contexto da gravação ocorreu após conversas com "vários companheiros" que o indagavam se estaria preparado para a eventualidade de a Câmara aprovar o processo e encaminhá-lo ao Senado para a decisão de afastar Dilma por 180 dias. Se isso acontecer, segundo o vice-presidente, "certa e seguramente se exigiria uma manifestação minha", afirmou. "Eu disse, olha, vou fazer o seguinte, vou gravar uma coisa que eu imagino que possa dizer e daí fiz uma gravação onde eu ressaltei pontos que eu tenho defendido ao longo do tempo".
Na entrevista, Temer repetiu o que pregou na gravação, como a "pacificação absoluta do País, a unidade do País, o chamamento de todos os partidos para um governo, digamos, de salvação nacional" e ainda "a ideia de que devemos prestigiar os setores produtivos, ou seja, trabalhadores e empregadores, a ideia que devemos manter e aprimorar os programas sociais".
Segundo ele, quando ia enviar a gravação a um amigo, se equivocou e encaminhou o áudio para um grupo, o qual acabou divulgando a matéria. "Mas reitero que aquilo que disse seria exatamente o que eu fiz no passado e continuarei a fazer, dependendo do que acontecer no dia 17", disse Temer, salientando que o áudio seria preparado para ser divulgado, eventualmente, antes de o Senado apreciar a abertura do processo contra Dilma que poderia a afastar do cargo. "Verifiquem a gravação que respeitosamente me dirigi ao Senado Federal, dizendo que cautelosamente temos de aguardar a decisão do Senado".
Temer reafirmou que independente do futuro do governo seguirá sustentando as mesmas teses e disse não acreditar que o vazamento possa alterar o resultado da votação do processo de impeachment da presidente, prevista para o próximo domingo.
Indagado sobre as críticas do ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, que o chamou de golpista após o áudio ser divulgado, Temer evitou uma resposta. "Não vou responder.