Em depoimento nesta manhã ao colegiado, Meirelles disse que o doleiro Alberto Youssef, de quem era sócio, confirmou informalmente a ele que repassou cerca de US$ 5 milhões a Cunha a mando do lobista Júlio Camargo.
Meirelles, no entanto, disse que o montante foi repassado em espécie, já transformado em reais.
Marcos Rogério reconheceu que as citações indiretas de Meirelles fogem ao escopo inicial do processo por quebra de decoro parlamentar contra Cunha. O presidente da Câmara é investigado sob a alegação de que teria mentido à CPI da Petrobras, em 2015, sobre ter contas no exterior não declaradas no Imposto de Renda.
O relator ressaltou, contudo, que isso não o impede de incluir os fatos novos em seu parecer final. "As informações serão associadas a outras provas que estão sendo coletadas", disse Rogério, lembrando que seu parecer pela admissibilidade do processo previa que novos fatos poderiam ser acrescentados.
Violência
O advogado de Cunha no Conselho, Marcelo Nobre, rebateu a declaração de Rogério. Segundo ele, o direito não permite ao relator incluir fatos novos ao escopo inicial da denúncia. "Seria uma violência", disse, acrescentando que, quando o Ministério Público descobre novos fatos no curso de uma investigação, apresenta uma nova denúncia.
Nobre avaliou ainda que o depoimento de Meirelles corrobora a defesa apresentada, de que Cunha não mentiu à CPI da Petrobras sobre não possuir contas no exterior. A defesa alega que o peemedebista possui offshores em seu nome e que os valores que ele tem no exterior foram transferidos para trustes no passado..