Compadre de Lula diz ser 'natural' citação feita por caseiro

São Paulo, 19 - Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, divulgaram nessa quinta, 18, nota, na qual afirmam ser "natural" que o caseiro do sítio em Atibaia frequentado pelo petista tenha um telefone de contato do escritório Teixeira, Martins & Advogados.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, Elcio Pereira Vieira, conhecido como Maradona, forneceu o número de celular de Zanin à Polícia Ambiental de São Paulo, que fiscalizou o local ontem, como contato do proprietário do imóvel.

Para os advogados, "nada mais natural que o caseiro disponha de um número de contato do escritório, especialmente considerando a pressão diária da mídia sobre seus então clientes". Teixeira, que é padrinho de um dos filhos de Lula, e Zanin, além de atenderem Lula, prestam assessoria jurídica aos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna, proprietários do sítio. De acordo com a nota, "o número celular supostamente indicado aos agentes não é privado do referido sócio, mas, sim, de uso do escritório Teixeira, Martins & Advogados, tratando-se de linha corporativa".

"Igualmente na condição de advogados do sr. Lula da Silva, não haveria qualquer óbice de constar um número de celular do Teixeira, Martins & Advogados na portaria do mencionado sítio, pois o ex-Presidente também já reconheceu frequentar o local em dias de descanso", diz ainda o texto. "O fato de haver a indicação de um número vinculado a um escritório de advocacia não tem o condão de transferir a propriedade de um imóvel a quem não é dono."

Segundo a reportagem, acompanhados de Maradona, policiais militares inspecionaram a área no sítio em que foi construído um anexo com quatro suítes, no final de 2010, e o lago, que passou por reforma nos anos seguintes. O pelotão de Atibaia que fez a fiscalização informou que foi ao local "para verificar uma suspeita de desmatamento indicada pelo monitoramento de imagens aéreas realizado rotineiramente". Nenhuma atuação foi registrada pela Polícia Ambiental, no entanto, porque, segundo a Secretaria de Segurança Pública, é preciso, antes, localizar os donos.

A Operação Lava Jato e o Ministério Público de São Paulo investigam se obras executadas no local foram feitas por empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobrás como um agrado a Lula.

A reportagem esteve no sítio em Atibaia nessa quinta, 18, mas não conseguiu contato com o caseiro.
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