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Estado de Minas

Pesquisa aponta que um em cada três bebês com microcefalia desenvolve problemas de visão


postado em 10/02/2016 00:12 / atualizado em 10/02/2016 08:02

Um em cada três bebês que nascem com microcefalia vai apresentar algum problema de visão ao longo da vida. É um dos resultados de um estudo publicado ontem pelo jornal Jama Ophthalmology (Journal of the American Medical Association, sigla em inglês), que acompanhou 29 mães e crianças infectadas com o vírus zika em hospitais do Recife e de Salvador, em dezembro. Encabeçado pelo PhD em visão Rubens Belfort Jr., o estudo vai contribuir para o diagnóstico ainda precoce de lesões oculares em crianças cuja mãe foi vítima do zika.

“Cada criança, ao nascer, vai precisar passar por um exame oftalmológico ainda na maternidade, que pode ser feito no primeiro dia de vida, dilatando a pupila. Esse exame se faz necessário porque não é uma lesão que a mãe ou o pediatra podem perceber. É uma alteração na retina, que pode ser identificada com um exame simples e barato e será de grande ajuda para entender como a criança vai enxergar”, explicou o autor do primeiro estudo mundial de alterações oftalmológicas em relação ao vírus zika.

Belfort esclarece que cada criança vai apresentar um disgnóstico diferente devido à malformação do sistema nervoso. “Imagine uma grande tela de televisão. Agora, imagine que a retina é essa tela. Para algumas crianças, a tela será preta, não se enxergará nada. Outras têm lesões pequenas, de novo, como pequenos defeitos na tela. Já outras crianças veem manchas ou têm o ‘fio’ da tevê ‘quebrado’”.

O estudo também desmistifica a tese de que mães infectadas com zika têm conjuntivite ou olho vermelho. “Nenhuma das mães observadas apresentou os dois problemas na visão nem têm lesões nas vistas”, apontou a publicação. “Isso mostra como vírus pode ser silencioso”, reforça. “Em alguns casos o bebê tem microcefalia, mas não dá para saber se tem zika. E o exame pode apontar a ligação”, afirmou. Para Belfort, a publicação vai desencadear várias outras em planejamento e em andamento para verificar os fatores de risco e a melhor maneira de fazer o diagnóstico dessas crianças com problemas mais graves. “A mensagem desse estudo é que dá para avançar rapidamente na questão do zika se tiver condições de fazer os estudos necessários.” (NT)

Vacina

O grupo farmacêutico francês Sanofi poderá realizar testes clínicos com o vírus zika dentro de um ano, mas a elaboração de uma vacina levará outros três, afirmou seu diretor-geral, Olivier Brandicourt. “Praticamente estaremos prontos para começar os testes clínicos em um ano com o vírus zika”, declarou. O grupo anunciou ontem que entrou na pesquisa de uma vacina contra o vírus zika. A Sanofi Pasteur, divisão de vacinas do grupo, afirmou que deseja se apoiar “no êxito obtido no desenvolvimento de vacinas contra vírus similares”, como dengue.

 

 


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