A presidente Dilma Rousseff defendeu nesta terça-feira, em visita ao Congresso para abertura do ano legislativo, a aprovação da CPMF para ser destinada à saúde e à seguridade social. A posição provocou vaias de parte dos parlamentares presentes, principalmente os da oposição. “Para nós a CPMF é provisória. Os que são contrários dizem que a carga tributária tem crescido. Ao contrário, excluindo as contribuições previdenciárias, a arrecadação federal tem caído nos últimos ano”, afirmou a presidente, sob novo coro de vaias. No plenário alguns deputados seguram cartazes com a frase “xô, CPMF”. Em momentos em que destacou programas sociais, como o Minha Casa, Minha Vida, Dilma recebeu apoio com aplausos. Esta é a segunda ida de Dilma ao Congresso.
Outro ponto bastante destacado por Dilma, já no início do seu discurso, foi a saúde financeira da Previdência Social. De acordo com ela, a questão previdenciária deve ser bastante debatida e as medidas que serão encaminhadas serão discutidas com a sociedade. “A proposta terá como premissas o respeito aos direitos adquiridas, e terá um adequado período de transição, disse Dilma, que foi aplaudida em seguida. “A proposta terá como premissas o respeito aos direitos adquiridos, e terá um adequado período de transição”, disse Dilma, sob aplausos.
Durante boa parte de sua fala, a presidente destacou a necessidade do bom relacionamento entre Planalto, Senado e Câmara para proporcionar as reformas e para sair da crise. “Precisamos ter como horizonte o futuro do país, e não apenas o meu governo. Uma crise é sempre um momento muito doloroso para ser desperdiçado, é quando surgem oportunidades para se construir soluções criativas e duradouras”, afirmou.
“A combinação de regras fiscais aprimoradas, previdência sustentável e avaliação dos gastos públicos nos permitirá recuperar a estabilidade fiscal de modo duradouro”, declarou Dilma ao pedir o apoio dos parlamentares para aprovação das reformas.
Dilma destacou que o governo federal deve capitanear a retomada do crescimento em 2016. Para isso, os programas sociais e de investimento devem ser os caminhos para que isso ocorra. Obras nos aeroportos, além de programas como o “Minha Casa, Minha Vida”, devem ser algumas das alternativas Sobre as tarifas cobradas no setor elétrico, Dilma relembrou o início do ano passado, quando os reservatórios estavam com níveis muito baixos e disse que a tendência é que os valores das tarifas voltem a patamares mais baixos com a redução das bandeiras tarifárias.
Sobre emprego, a presidente afirmou que o aumento do salário mínimo e o Programa de Proteção ao Emprego caminham no sentido de valorização da política de crescimento.
O Zika Vírus também foi abordado pela presidente que pediu apoio, inclusive da população, para vencer a batalha contra o mosquito. A realização das Olimpíadas neste ano, no Rio de Janeiro, também mereceu destaca da presidente em seu discurso.
Ao encerrar sua fala, a Dilma voltou a conclamar a parceria Planalto e Congresso. “Conto com o Congresso Nacional para podermos, em parceria, estabelecer novas bases para o desenvolvimento do país, sem retroceder nas conquistas”.
Cunha deixado de lado
A presidente Dilma Rousseff chegou nesta tarde de terça-feira ao Congresso para a sessão de abertura dos trabalhos legislativos deste ano. Ao desembarcar com 30 minutos de atraso, a petista foi recepcionada pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Dilma cumprimentou com beijos Renan e o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, mas só deu um aperto de mão frio no presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), responsável por ter admitido em dezembro a abertura do processo de impeachment contra ela..