Sem conseguir aprovar lei para empréstimo, municípios de MG deixam de contar com R$ 94 mi

Mais de 100 prefeituras ainda não conseguiram aprovar lei para conseguir dinheiro junto ao BDMG, que poderia Verba seria usada para infraestrutura urbana

Isabella Souto
Marco Aurelio Crocco, presidente do BDMG, defende que "em um ambiente com atividade econômica baixa", o recurso tem uma "importância grande" - Foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press

Os 107 municípios que ainda não aprovaram leis autorizando endividamento com o Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) – dentro do programa BDMG Municípios 2015 – terão até 15 de fevereiro para apresentar o texto legal ao banco. O prazo havia terminado em 31 de dezembro do ano passado. Essas prefeituras foram habilitadas para contrair R$ 95 milhões para obras de mobilidade, drenagem, reformas prediais, tratamento de resíduos sólidos e compra de máquinas. No entanto, sem a legislação aprovada pela Câmara Municipal, o contrato de financiamento não pode ser assinado.

O edital do programa foi lançado em 21 de agosto do ano passado e prevê a destinação de R$ 250 milhões para os municípios. De acordo com o BDMG, 424 cidades apresentaram projetos de obras, que somaram R$ 357 milhões. Deste total de municípios, 395 foram habilitados e 29 reprovados por não terem capacidade de endividamento, não possuírem a Certidão Negativa de Débitos (CND) ou apresentarem algum tipo de pendência em contratos anteriores com a instituição.

Entre os municípios habilitados, apenas 30 já aprovaram leis e obtiveram autorização da Secretaria do Tesouro Nacional (STN) para contrair empréstimo. Os contratos começam a ser assinados na semana que vem e somam R$ 30 milhões. “Estamos prorrogando o prazo até 15 de fevereiro para que todos possam apresentar as leis.
Em um ambiente com atividade econômica baixa, esse edital tem uma importância grande. É essencial que esgotemos os R$ 250 milhões disponíveis para financiamento”, afirmou o presidente do BDMG, Marco Aurélio Crocco.

Infraestrutura O maior volume de recursos solicitado pelas prefeituras está no programa BDMG Urbaniza, que destinará R$ 238,8 milhões ou 69% do total. Essa área prevê investimentos em infraestrutura urbana, tais como pavimentação, drenagem e iluminação pública. A construção e reforma de prédios públicos municipais consumirá R$ 54,7 milhões, enquanto R$ 28,9 milhões irão para a compra de máquinas e equipamentos, e R$ 23,1 milhões em projetos para áreas de tratamento de água, esgotos e resíduos sólidos.

Embora os valores sejam superiores aos R$ 250 milhões previstos no edital, o presidente do BDMG ressaltou que, nos últimos anos, os projetos aprovados não ultrapassaram a quantia destinada aos programas do banco. Caso os recursos não sejam suficientes, haverá uma tentativa de garantir mais verbas. Se isso não for viável, já há critérios de desempate: terão preferência os projetos de municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e daqueles que pertencerem aos vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Os prazos para as prefeituras quitarem o financiamento com o BDMG variam de 54 a 84 meses, de acordo com a área em que o projeto se enquadra. São cobrados juros entre 5% e 6% ao ano, acrescidos da Taxa Selic. Para cidades com IDH igual ou menor a 0,677 – índice correspondente à média de Minas Gerais –, haverá uma redução na taxa de juros de 1% ao ano.

Em razão da legislação eleitoral, no entanto, Marco Aurélio Crocco alerta os prefeitos para o prazo para a aprovação e início das obras. As operações devem ser aprovadas pelo STN até 15 de abril e contratadas até 29 de abril. Os repasses são feitos mensalmente, depois que é feita a mediação da obra. O BDMG tem até 15 de junho para repassar a primeira parcela, caso contrário, o contrato deve ser suspenso..