Jornal Estado de Minas

Convocados pela CPI da Petrobras para depor em Curitiba ficam calados

Todos os convocados pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras para prestar depoimentos nesta segunda-feira na sede da Justiça Federal, em Curitiba, ficaram em silêncio e não responderam a nenhuma pergunta dos deputados. Os advogados dos depoentes já haviam antecipado que os clientes deles ficariam calados. Mesmo assim, a CPI manteve a viagem à capital paranaense.

Esta é a segunda vez que a CPI da Petrobras da Câmara dos Deputados viaja a Curitiba para tentar ouvir pessoas que, segundo o Ministério Público Federal e pela Polícia Federal, têm envolvimento no esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras investigado pela Operação Lava Jato. Em maio, apenas a doleira Nelma Kodama respondeu a perguntas dos membros da comissão.

Segundo o cronograma da CPI, 13 pessoas vão prestar depoimento à comissão e participar de acareações até a próxima quinta-feira (3). O primeiro a ficar em silêncio diante da CPI foi o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, preso na 17ª fase da Lava Jato. O segundo depoente que seria ouvido era o representante no Brasil da empresa italiana Saipem João Antonio Bernardi Filho, que também ficou calado.

Depois, ex-diretor da Petrobras Jorge Zelada, o presidente da empreiteira Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e o executivo da construtora Elton Negrão de Azevedo também não responderam a nenhuma pergunta.

A CPI marcou para esta terça-feira (1º) o depoimentos de seis pessoas: cinco executivos da Odebrecht, entre eles o presidente da construtora, e o ex-gerente de Projetos da Petrobras Celso Araripe de Oliveira.

Na quarta-feira (2), estão marcados os depoimentos do publicitário Ricardo Hoffmann, ex-vice-presidente da agência Borghi/Lowe, e do empresário Fernando Antônio Guimarães Hourneaux de Moura. Hoffmann é acusado de intermediar contratos fraudulentos de publicidade com o Ministério da Saúde, com a ajuda do ex-deputado federal André Vargas. Moura é apontado pela PF como representante do ex-ministro José Dirceu na Petrobras.

Além dos depoimentos, a CPI pretende fazer, na quarta-feira (2), a acareação entre o empresário Augusto Ribeiro Mendonça, o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
A quinta-feira (3) foi reservada para mais depoimentos e acareações, mas ainda não foram divulgados os nomes dos participantes..