Os procuradores da República responsáveis pela Operação Lava-Jato afirmaram que o DNA do escândalo do mensalão é o mesmo do atual esquema de desvio de verbas da Petrobras e que o seu criador tem nome e sobrenome: José Dirceu de Oliveira e Silva, de 69 anos, ex-ministro do governo Lula e homem-forte do Partido dos Trabalhadores. O que salta aos olhos, no entanto, é que de um esquema para o outro, Dirceu, segundo as investigações, conseguiu aumentar dezenas de vezes o volume de verbas desviadas.
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Planalto e PT deixam José Dirceu de ladoPixuleco encontra 'casa limpa' de DirceuDirceu divide cela com dois contrabandistas'O Zé nunca foi dinheirista', afirma defensorDefesa de José Dirceu prepara recurso ao STJMinistro do STF nega acesso da defesa de Dirceu à delação de PessoaCom o prestígio de quem comandou o PT por duas gestões e teve nove mandatos, José Dirceu deixou o governo, o Congresso, mas não a política. A sua sombra sempre esteve sobre os governos de Lula e ainda de Dilma. Sua empresa de consultoria, a JD, caiu como uma luva para mantê-lo com prestígio e permitir sua circulação em algumas áreas do governo.
Polêmica - Desde 2005, o mais duro golpe sofrido pelo petista foi sua prisão em 15 de novembro de 2012, quando foi obrigado a se entregar à PF para cumprimento da pena de sete anos e 11 meses, pela condenação no processo do mensalão. Ainda assim, continuou provocando polêmicas. Com direito a trabalho externo, aceitou uma oferta de trabalho de um hotel, com salário de R$ 20 mil. O hotel, na verdade, uma off-shore em nome de um laranja. Com sede onde? No Panamá. Diante da polêmica, aceitou algo bem mais modesto: auxiliar de biblioteca num escritório de advocacia e um salário de pouco mais de R$ 2 mil mensais.
Para os procuradores da Lava-jato, José Dirceu nunca sofreu qualquer revés, apesar da prisão, na sua atuação de mentor dos escândalos.