Jornal Estado de Minas

Prefeitos de cidades de Minas prometem paralisar serviços em protesto contra o arrocho

No mesmo dia em que a presidente Dilma Rousseff (PT) pediu ajuda dos governadores para atravessar o momento de crise causado pela queda da arrecadação, os prefeitos de cidades mineiras decidiram paralisar as atividades dos municípios, no próximo dia 24 de agosto, em protesto contra o arrocho. “Nossa intenção é chamar a atenção de Brasília e do Congresso que estão omissos sobre o assunto”, afirmou o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Antônio Júlio. Segundo ele, a expectativa inicial do movimento é ter a adesão de cerca de 400 prefeitos.

A decisão foi tomada na manhã de hoje durante reunião com 70 prefeitos representantes das 43 microrregionais do estado. Segundo Antônio Júlio, serão interrompidos todos os serviços públicos, exceto os de urgência e emergência na saúde. Além da paralisação, os prefeitos farão bloqueio das rodovias que passam pelos municípios no mesmo dia. “É um movimento que está surgindo naturalmente. Agora os prefeitos acordaram e nós, como gestores, não podemos arcar sozinhos com o ônus dos cortes e da dificuldade financeira”, argumentou.


O presidente da AMM, que também é prefeito de Pará de Minas, Região Central, afirmou que os administradores municipais estão organizados e já definiram um cronograma de atos para agosto. No dia 5, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) vai realizar uma marcha de prefeitos em Brasília. Na semana seguinte, dia 13, cerca de 500 prefeitos devem se reunir na Cidade Administrativa, em Belo Horizonte, para pedir mudanças nos repasses da Lei Hobin Hood. Os atos culminam com a paralisação no  dia 24. “Se não tiver resultado, vamos programar outros”, afirmou Antônio Júlio.

De acordo com a associação, será elaborada uma cartilha com as principais reivindicações das prefeituras para esclarecer a população no dia do protesto. O documento será repassado a todas as microrregionais, que ficarão responsáveis por disseminar as informações em suas respectivas regiões. 

Em recado aos governadores, na tarde de hoje, a presidente Dilma alertou sobre o possível aumento das dificuldades, caso pautas-bomba, sejam aprovadas.
“Nós não temos com ampliar os gastos de forma expressiva. A saída é fazer mais com o que temos”, disse. A presidente ainda alerou aos representantes do Executivo dos 26 estados e do Distrito Federal que algumas medidas no Congresso podem tornar a situação das contas públicas mais complicada. .