Brasília - O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho, afirma que uma possível resistência do Senado a apoiar um novo mandato do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não vai mudar o curso da Operação Lava-Jato. Segundo ele, Janot e os outros três candidatos ao cargo não fariam qualquer "mudança radical" na continuidade das apurações.
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"Não há por que achar que vai haver uma mudança de 180 graus. Os senadores vão perceber isso."
Procuradores da República vão votar, no próximo dia 5, em um dos quatro candidatos para formar lista tríplice de indicados à vaga de procurador-geral. As sugestões são encaminhadas à presidente Dilma Rousseff. Posteriormente, o indicado deve passar pelo crivo do Senado na Comissão de Constituição e Justiça e, em seguida, do plenário, em votação secreta.
Para o presidente da entidade dos procuradores, Dilma irá "respeitar a lista" e escolher um dos três indicados pela categoria. O governo já admite nos bastidores, no entanto, que Janot terá dificuldade a ser reconduzido por enfrentar um Senado com 13 políticos investigados na Lava Jato. Robalinho defendeu a regularidade da ação da Polícia Federal durante a Operação Politeia, que fez buscas e apreensões em imóveis de três senadores.