Para quinta-feira, está marcada a acareação entre Barusco e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A CPI quer esclarecer dúvidas sobre os repasses das empreiteiras para a sigla. Vaccari atesta que tudo foi feito dentro da lei. A acareação entre o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, dois dos principais integrantes do esquema, só acontece após o recesso parlamentar, em 6 de agosto.
Nas alegações finais em um dos processos referentes à Operação Lava-Jato, os advogados de Youssef criticaram os integrantes do colegiado. Classificaram de “retaliação sórdida” a iniciativa da CPI de quebrar os sigilos bancários e fiscais de sua família. Todos os réus que participarão das acareações já foram à CPI, em audiências em que foram ouvidos individualmente.
Depoimentos
Na manhã desta terça-feira, a partir das 9h30, os integrantes da CPI vão ouvir o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União (CGU) Jorge Hage; o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues; e a viúva do ex-deputado José Janene, Stael Fernanda Janene.
De acordo com informações fornecidas pela assessoria de imprensa do presidente da CPI, Hugo Mota, Stael é a única que tem um habeas corpus. A proteção, concedida pelo Supremo Tribunal Federal, significa que ela poderá ficar calada e não responder aos questionamentos feitos pelos integrantes da CPI da Petrobras.
A convocação dela ocorreu após polêmica envolvendo o parlamentar falecido. Motta havia dito que Stael desconfiava que Janene estaria vivo, e que o caixão de Janene chegou lacrado ao Paraná após a confirmação da morte no Incor, em São Paulo. Ele chegou a anunciar a exumação do corpo de Janene. Por meio de nota, Stael afirmou que não houve nem caixão, uma vez que o seu marido teria sido enterrado segundo os rituais muçulmanos.
Dirceu Em mais uma derrota da estratégia de defesa prévia do ex-ministro, o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal do Paraná, indeferiu o acesso de José Dirceu ao conteúdo do acordo de delação premiada feito entre o Ministério Público Federal (MPF) e o lobista Milton Pascowitch.
Moro considerou que Dirceu não deve ter acesso ao que Pascowitch falou, que permanece em sigilo, “indispensável para a eficácia das diligências investigativas em curso”. Para o juiz, “apesar da divulgação pela imprensa da existência do acordo, seu conteúdo permanece resguardado” até que o MPF formule denúncia e o petista tenha direito ao “contraditório”. Na sexta-feira, o desembargador substituto do Tribunal Regional da 4ª Região Nivaldo Brunoni negou habeas corpus preventivo impetrado por Dirceu no dia anterior.
Contra as doações
Setenta e quatro por cento dos brasileiros são contra o financiamento privado de campanhas políticas, e outros 79% acham que a doação de empresas “estimula a corrupção”. Os dados são de uma pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nessa segunda-feira (6) pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outros 12% disseram acreditar que o financiamento de empresas não tem relação com a corrupção, e 16% dos brasileiros são favoráveis a essas doações. A Câmara dos Deputados deve votar esta semana, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) da Reforma Política. A pesquisa do Datafolha ouviu 2.125 pessoas em 135 municípios brasileiros, espalhados por todas as regiões do país. Nessa segunda-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), criticou a entidade. “Tem que ver exatamente o que foi perguntado”, disse, acrescentando que a OAB “não tem muita credibilidade já há muito tempo”..