Fraude na BR beneficiou UTC, diz auditoria interna

Brasilía - Auditoria interna na Petrobras Distribuidora, a BR, identificou irregularidades no processo de licitação de três obras tocadas pela UTC que somam cerca de R$ 650 milhões.
O dono da empreiteira, Ricardo Pessoa, e a subsidiária da Petrobrás são investigados pela Operação Lava-Jato por suspeita de direcionamento de contratos.

A BR não repassou para a reportagem cópia do relatório de auditoria sob alegação de que o documento é sigiloso, porém confirmou que foram identificados "indícios de inconformidades com as normas da companhia para a realização de processos licitatórios". De acordo com a subsidiária da Petrobrás, os relatórios foram enviados, em maio, ao Ministério Público do Rio de Janeiro e à Procuradoria-Geral da República.

Os contratos com a UTC foram assinados na gestão do atual presidente da BR, José Lima de Andrade Neto. Na nota, a companhia negou que ele tenha sido responsabilizado no relatório de auditoria pelas irregularidades.

Padrinhos

Lima Neto foi indicado para o cargo na BR pelo ex-ministro de Minas e Energia e senador Edison Lobão (PMDB-MA) e pelo senador Fernando Collor (PTB-AL), ambos investigados pela Operação Lava Jato.

Pessoa disse em sua delação que repassou R$ 20 milhões a aliados de Collor como comissão por contrato de R$ 650 milhões fechado entre sua empresa e a BR Distribuidora. O delator contou que a oferta de contrato para a UTC foi feita pelo ex-ministro Pedro Paulo Leoni Ramos, amigo do ex-presidente da República, em conversa com o então diretor da BR, o engenheiro José Zonis.

Defesa

Por meio de nota, a assessoria de Ramos informou que as declarações que citam seu nome "revelam uma profunda e completa desconexão com a verdade e portanto são estrategicamente mentirosas".

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