A nova executiva foi montada de maneira negociada entre Aécio e Alckmin. O senador mineiro será reeleito para a presidência do partido para mais dois anos, como consequência do bom desempenho nas urnas no ano passado, quando perdeu a disputa presidencial para Dilma Rousseff por uma diferença de pouco mais de 3 milhões de votos. O governador reeleito de São Paulo emplacou o aliado e deputado federal Sílvio Torres (SP) para a secretaria-geral da legenda. E o suplente de senador José Aníbal (SP) deve ser escolhido para presidir o Instituto Teotônio Vilela.
Aécio explicou que, a partir do segundo semestre, a legenda intensificará o movimento de filiações e promoverá diálogo mais próximo com os jovens, como uma maneira de oxigenar e renovar o partido. Além disso, o PSDB começará a conversar com siglas que hoje orbitam em torno do PT, para consolidar alianças de olho nas eleições municipais de 2016.
O tucano mineiro ainda acha cedo para explicitar os planos municipais, mas admite que, nos locais onde não houver nomes competitivos do PSDB para disputar as prefeituras, o partido não terá nenhum problema em formar alianças competitivas. Outro objetivo traçado por Aécio é mostrar que, definitivamente, o partido é uma alternativa concreta de poder ao atual governo. “Retomamos a polaridade com o PT.”
Escândalos Vice-presidente da CPI da Petrobras, o deputado Antonio Imbassahy (PSDB-BA) lembra que a população brasileira tem acompanhado atentamente os escândalos de corrupção na Petrobras e a crise econômica vivida pelo país. “Com todo esse desgoverno que existe aí, os brasileiros têm a consciência de que somos nós a oposição ao governo do PT. Não existe espaço para uma alternativa”, acredita o baiano.
O deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP) acha que o equilíbrio na composição da Executiva trará harmonia no debate político. “Temos nomes do Centro-Oeste, do Norte, do Nordeste. Todas as regiões estão contempladas.” Ele acredita que a executiva nacional que será eleita em 2017 tende a ser mais tensa, já que será a responsável por definir os rumos da corrida presidencial de 2018. Para outro tucano, no entanto, os parâmetros começarão a ser lançados hoje. “Teremos o PSDB do Brasil inteiro à espera do discurso de Alckmin e de Aécio. Será o primeiro momento para eles testarem o poder de influência e de liderança interna”, prevê um cacique do PSDB, que pediu anonimato.
Os tucanos nas urnas
Confira a votação do PSDB nas eleições presidenciais desde a redemocratização
1989
Mário Covas — 7.786.939 votos (quarto colocado)
1994
Fernando Henrique Cardoso — 34.364.961 votos (eleito em 1º turno)
1998
Fernando Henrique Cardoso — 35.936.540 votos (reeleito em 1º turno)
2002
José Serra — 33.356.860 votos no segundo turno (perdeu para Lula)
2006
Geraldo Alckmin — 37.543.178 votos no segundo turno (perdeu para Lula)
2010
José Serra — 43.711.388 votos no segundo turno (perdeu para Dilma)
2014
Aécio Neves — 51.038.023 votos no segundo turno (perdeu para Dilma)