Magistrados terão reajuste automático de salário

Aumento do salário seguirá benefícios concedidos aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)

Juliana Cipriani
Os cerca de 1,5 mil magistrados mineiros, incluindo os da ativa, aposentados e pensionistas, passarão a ter reajuste automático dos salários sempre que legislação federal aumentar o subsídio dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), atualmente fixado em R$ 33.763,00.
A prerrogativa será concedida em projeto de lei encaminhado ontem à Assembleia pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), que segue a linha de uma decisão recente do Conselho Nacional de Justiça.

Este ano, por causa do entendimento do CNJ, o salário dos desembargadores mineiros foi reajustado em janeiro via resolução do órgão especial do TJMG para R$ 30.471,10. Já os juízes ganham entre 25.900,45 e R$ 28.947,55, dependendo da comarca em que trabalham. Até então, era preciso enviar projeto de lei à Assembleia para fixar o novo salário sempre que o teto do Judiciário sofria reajuste. Pela Constituição, os desembargadores dos tribunais de Justiça ganham 90,25% do salário dos ministros do STF.

Além da proporcionalidade prevista na Constituição, o presidente do TJMG, desembargador Pedro Carlos Bitencourt Marcondes, cita decisão liminar do CNJ provocada pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Nela, o órgão regulador do Judiciário assegurou liminarmente a antecipação dos efeitos da norma constitucional “para fins do reajustamento automático do subsídio da magistratura estadual”. O projeto chega à Casa em meio à tramitação da polêmica proposta que autoriza o governo estadual a sacar recursos de depósitos judiciais dos mineiros para pagar despesas previdenciárias, precatórios, dívida com a União e assistência judiciária.

Ontem na Assembleia, enquanto o governador Fernando Pimentel era aguardado na Assembleia para sancionar o aumento dos profissionais da educação, os deputados estaduais tentaram mostrar serviço no plenário, aprovando reajustes para servidores da Saúde, instituto de Previdência (Ipsemg) e Defesa Social, mas o embate com a oposição impediu. Os opositores esticaram a reunião até onde puderam, provocando o esvaziamento do plenário.
Ao fim da reunião, houve confusão: a TV Assembleia interrompeu a transmissão da sessão para passar a cerimônia em que o governador sancionava a política salarial da educação. A oposição argumentou que o regimento interno coloca as reuniões de plenário como prioridade sobre outros eventos para exibição e pediu explicações..