Janot mandou um recado aos parlamentares de que os trabalhos de combate à corrupção vão continuar mesmo sem sua permanência no comando do Ministério Público Federal. "Se um colega não fizer, não se iludam, outro, com muito mais vazão, com muito mais força, o fará. Assim nos ordena a Constituição, a República, a democracia", afirmou, no lançamento de uma campanha de combate à corrupção.
Para seguir no cargo após dois anos à frente do MPF, Janot terá que passar por nova sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado antes de ser aprovado pelo plenário da Casa.
Janot falou ainda em atuação "tranquila, profissional e impessoal" do Ministério Público "frente aos graves fatos de corrupção de todos conhecidos". "Atuação de todos os membros do Ministério Público brasileiro revela a unidade que nos marca, permitindo que atuemos de forma profissional e despersonalizada", disse. Em nenhum momento o procurador-geral fez menção direta aos ataques que tem sofrido.
Atualmente, 13 senadores são investigados no Supremo Tribunal Federal (STF) por solicitação da PGR por suposto envolvimento no esquema de corrupção e propina envolvendo a Petrobras. Entre os investigados, está o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
O procurador-geral vem sofrendo ataques de parlamentares desde a divulgação da lista de investigados, no início de março.
Campanha
As declarações do procurador-geral foram feitas durante lançamento da campanha "Corrupção, não", que reúne 21 países integrantes da Associação Ibero-Americana de Ministérios Públicos (AIAMP)..