Dilma: Venezuela deve buscar solução pacífica e democraticamente

Brasília, 21 - A presidente Dilma Rousseff enfatizou, nesta quinta-feira, 21, o papel da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) na resolução de conflitos políticos na região.
Ela destacou que a Unasul tem papel importante no estímulo ao "diálogo e respeito às instituições".

A defesa da Unasul como órgão de mediação diplomático ocorreu em pronunciamento de boas vindas feito por Dilma ao presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, que foi recebido em cerimônia no Palácio do Planalto nesta quinta-feira.

A presidente disse que ela e Vázquez têm a mesma "preocupação com a Venezuela", que vive tensão interna entre a oposição e o governo de Nicolás Maduro. Dilma ressaltou que o "legítimo governo" da Venezuela e os opositores do chavismo devem buscar um entendimento pacífico e democrático para a crise política do país. "O entendimento entre os venezuelanos interessa ao conjunto dos latino-americanos", disse Dilma.

Diálogo

Brasil e Uruguai têm mantido diálogo frequente sobre a tensão na Venezuela. Em fevereiro, o ex-presidente José Mujica aproveitou um almoço com Dilma para discutir a crise política na Venezuela. Na ocasião, segundo o jornal O Estadode S. Paulo, o assunto foi trazido à discussão pelo próprio Mujica e tanto ele quanto Dilma demonstraram preocupação com os últimos acontecimentos na região.

O Itamaraty já havia divulgado uma nota, no início de 2015, em que cobrava diálogo entre a oposição e o governo de Caracas, demonstrando incômodo com decisão do governo Maduro de prender o prefeito da capital venezuelana, Antonio Ledezma. "São motivos de crescente atenção as medidas tomadas nos últimos dias, que afetam diretamente partidos políticos e representantes democraticamente eleitos, assim como iniciativas tendentes a abreviar o mandato presidencial", disse a nota.

A esposa de Ledezma, Mitzy de Ledezma, esteve no Brasil no início deste mês para pedir ajuda ao governo brasileiro para libertar seu marido, que agora cumpre prisão domiciliar por problemas de saúde.
Dilma se recusou a recebê-la no Palácio do Planalto, mas enviou uma carta afirmando que o Brasil busca "incansavelmente" ajudar na resolução da crise no país vizinho "dentro do mais absoluto respeito ao Estado democrático".

Agora, ao lado do novo presidente do Uruguai, Dilma disse que os governos do dois países defendem a manutenção da ordem institucional da Venezuela. "Coincidimos (Brasil e Uruguai) na preocupação com a situação da Venezuela e na avaliação de que seu legítimo governo e as diferentes forças políticas venezuelanas devem solucionar pacífica e democraticamente, no marco institucional do país, os conflitos, as adversidade e os desafios existentes", afirmou..