“Superou, em muito, a expectativa dos deputados, principalmente a documentação apresentada”, disse o vice-presidente da CPI, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). Oito integrantes da comissão participaram da oitiva. O deputado Efraim Filho (DEM-PB) chegou a dizer que o dempoimento de Taylor dá subsídios à CPI para “questionar” o trabalho da CGU no caso. A SBM teria pago propina a ex-dirigentes da Petrobras para fechar contratos com a estatal.
Prisão
Para o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ), as informações prestadas por Taylor precisam ser confrontadas com o ex-representante da SBM no Brasil, Júlio Faerman.
“Pelo que o Leo de Britto (PT-AC) me disse, ele (o inglês) contou que agia em parceria com Júlio Faerman. Diante disso, e com o Faerman se recusando a comparecer à CPI, nós teremos que pedir a prisão dele, para que ele seja considerado foragido. É o que pensa o presidente (da CPI), Hugo Motta (PMDB-PB)”, disse ao Estado de Minas o relator da CPI, Luiz Sérgio (PT-RJ). Em nota, a CGU afirmou que começou a investigar o pagamento de propina por parte da SBM ainda em abril, pouco depois de a empresa admitir que houve o pagamento de suborno.
Lula
O Ministério Público Federal determinou uma série de diligências para instruir investigação preliminar a fim de apurar se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva praticou tráfico internacional de influência para beneficiar a construtora Odebrecht, um dos alvos da Operação Lava-Jato. Segundo despacho da procuradora Mirella de Carvalho Aguiar, o Instituto Lula deverá fornecer a agenda completa do ex-presidente após deixar o Palácio do Planalto, entre 2011 e 2014, “ressaltando, em cada caso, se houve a apresentação de palestras e quem contratou e remunerou pelo serviço e pelo deslocamento ao exterior”. A apuração preliminar foi aberta em abril, a partir de reportagens que revelaram documentos sigilosos sobre empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) à Odebrecht no exterior.
A Procuradoria da República no Distrito Federal pedirá à Odebrecht relação de todos os negócios que a maior empreiteira do Brasil fechou com Lula, ainda que por meio de outras empresas. Para cada palestra, a construtora deverá esclarecer “a pertinência do investimento”. Mirella Aguiar pede o valor de cada conferência e a forma de pagamento, além de custos de transporte, acomodações e outras despesas. O MPF pede ainda à Odebrecht que informe com que governos estrangeiros tem contratos e quais tiveram apoio financeiro do BNDES. Por meio de nota divulgada em abril, o Instituto Lula disse que “o ex-presidente faz palestras e não lobby ou consultoria”.
Investigação do Carf
O Senado instalou ontem a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). A CPI vai apurar as denúncias feitas no âmbito da Operação Zelotes, na qual a Polícia Federal investiga fraudes bilionárias em decisões do órgão, que é também última instância administrativa para o julgamento de multas aplicadas pela Receita Federal.