Giovanardi – que esteve com Pizzolato na prisão de Sant’Anna di Modena, Norte da Itália, onde ele está detido desde fevereiro – disse que vai solicitar ao Ministério da Justiça do país que reveja a decisão de mandar o ex-diretor de volta para o Brasil ainda este mês. Em nota publicada em sua página na internet, logo após o encontro com Pizzolato, o senador italiano destacou ainda que na Penitenciária da Papuda, em Brasília, onde o brasileiro deve cumprir sua sentença, foram registrados em 2013 “dois suicídios, 14 homicídios, 30 mortes, 147 feridos e 109 lesões”.
Pizzolato, que tem dupla cidadania (brasileira e italiana), foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, estelionato e lavagem de dinheiro, no processo conhecido como mensalão, mas fugiu para Itália em 2013. Ano passado, foi preso pela Interpol portando documentos falsos do seu irmão, Celso Pizzolato, falecido em 1978.
“Encontrei Pizzolato bastante sereno na prisão, mas, obviamente, há uma preocupação sobre o que vai acontecer no futuro”, disse Giovanardi. Segundo ele, o julgamento do caso aconteceu de maneira “anormal”. “Os políticos condenados no Brasil já estão fora da prisão, enquanto os pequenos tiveram sentenças pesadas. E até mesmo os governantes brasileiros admitem que as prisões são insuportáveis.” A nota destaca ainda que no processo em que Pizzolato foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) não houve possibilidade de apelação.
O senador esteve na prisão acompanhado do advogado do ex-diretor do BB, Alessandro Sivelli.
Logo depois que Pizzolato foi preso, o governo brasileiro pediu à Justiça italiana sua extradição. O pedido foi negado na primeira instância, mas acatado pela Corte de Cassação de Roma em fevereiro deste ano. Faltava ainda o aval do governo italiano, obtido no mês passado, para que ele fosse mandado de volta ao Brasil. Essa é a primeira vez que um cidadão com nacionalidade italiana será extraditado pelo governo do país europeu. .