Ele diz que não vai “engavetar” o tema, mas que irá discuti-lo criteriosamente, envolvendo principalmente os trabalhadores, “referências inafastáveis e prioritárias na discussão”. Maior central sindical do país, a CUT é contra a liberação da terceirização para a atividade-fim. Mesma opinião tem Renan. “Terceirizar a atividade-fim, liberar geral, significa revogar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), precarizar as relações de trabalho e importa numa involução para os trabalhadores brasileiros. Um inequívoco retrocesso”, diz o presidente do Senado na nota. “É sabido que os servidores terceirizados têm cargas de trabalho superior, recebem salários menores e a maioria não tem oportunidade de se qualificar melhor”, completou o texto.
Em resposta às declarações anteriores de Renan, Cunha havia ameaçado barrar na Câmara a tramitação de projetos vindos do Senado, entre eles a validação de benefícios tributários concedidos por estados.
Procurado pela reportagem, o presidente da Câmara afirmou também não querer polemizar com Renan, mas disse que há sim projetos da Câmara na gaveta do Senado. “Gostaria muito que ele votasse o decreto dos conselhos populares, engavetado lá”, afirmou Cunha, em referência ao projeto que susta a Política Nacional de Participação Social, tema que enfrentou forte resistência da oposição e do PMDB. “Não quero polemizar. Ele (Renan) tem direito a ter a opinião que quiser, só não pode engavetar”, completou o deputado. “Como está falando que não fará, aguardemos.”.