Aécio pede povo nas ruas e FHC critica capacidade de Dilma

Senador convoca população a protestar amanhã contra o governo e a corrupção

Isabella Souto

O senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, divulgou ontem nas redes sociais um vídeo de 25 segundos em que convoca a população a sair às ruas amanhã, quando estão previstas manifestações em todo o país contra o governo Dilma Rousseff (PT).

O tucano vai passar o fim de semana em Belo Horizonte e admite participar de passeata entre as praças da Liberdade e da Estação, no Centro da capital.

No vídeo, gravado em um carro em movimento, Aécio chama para as ruas todos os que estão com “um nó na garganta” para dizer que “não aguentam mais tanta mentira, não aguentam mais a inflação saindo do controle, o desemprego aumentando e um governo que não governa mais”. Presidente do maior partido de oposição ao governo, Aécio afirmou que a legenda não participará ativamente dos atos para evitar a partidarização e fortalecer os grupos. Os tucanos, no entanto, estão liberados para sair às ruas.

“Vou avaliar se irei como cidadão, assim como todos os que estão indignados”, disse ontem o tucano, que participou em Belo Horizonte de reunião com deputados estaduais e federais de legendas aliadas. Caso vá ao evento, já tem até um provável texto para cartaz: “Chega de mentira, chega de corrupção. O Brasil merece muito mais que esse governo medíocre”. Ao criticar Dilma, o tucano afirmou que ela não renunciou ao cargo, mas ao governo.

 

FHC critica capacidade de Dilma

São Paulo – Ao fazer um diagnóstico sobre o atual momento político brasileiro, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a capacidade de liderança da presidente Dilma Rousseff. A escolha do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para comandar a articulação política do governo é um sinal, segundo o tucano, de que a presidente está com a capacidade de liderança “muito abalada”.
“Nós estamos, por circunstâncias, em um momento em que a capacidade de liderança da pessoa que ocupa a Presidência está muito abalada.”, criticou. “Tanto que entregou a chave do cofre para alguém que pensa o oposto (Joaquim Levy). E entregou para ele fechar o cofre, ela não pode mexer mais no cofre. E agora entregou o comando político a outro que também pensa diferente, para outro partido”, completou, falando de Michel Temer.

Em palestra ontem para uma plateia formada por empresários e trabalhadores do setor de tecnologia, FHC foi aplaudido diversas vezes quando criticava o governo. O tucano classificou a situação atual do Brasil como “delicada”. “Neste momento, a saída passa pelos protestos de rua, pela Justiça funcionar e a mídia dizer o que está acontecendo. Ampliar a informação, não fazer conchavo, não fazer conciliação”, disse o ex-presidente, amenizando, em seguida, a afirmação. “Mas em algum momento sempre tem de haver algum acordo. A sociedade não funciona em pé de guerra o tempo todo”, disse, emendando que tal acordo “não pode ser embaixo do pano”..