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Estado de Minas

A Petrobras virou a CPI dos Ratos

Tudo por causa do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que usou fina ironia: "O senhor foi escolhido tesoureiro do PT por causa dessas atividades ilegais?"


postado em 10/04/2015 12:00 / atualizado em 10/04/2015 12:02

(foto: Arte/Soraia Piva)
(foto: Arte/Soraia Piva)

A Petrobras virou a CPI dos Ratos

É brincadeira de mau gosto, mas reflete o clima político no Brasil. Quando o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, entrava no plenário para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, um homem soltou cinco ratos no local. É claro que virou um tumulto, com direito a troca de acusações entre os deputados Jorge Solla (PT-BA) e Delegado Waldir (PSDB-GO), que, acusado pelo petista como responsável pelo ato, cobrou: “Você tem que provar!”. Na notícia publicada no site da Câmara dos Deputados, o título era: “Roedores soltos na CPI da Petrobras causam confusão; uma pessoa foi presa”. Não, não tucanaram os ratos. Eram dois ratos, dois hamsters e um esquilo da Mongólia.

E os ratos continuaram a dominar a sessão da CPI. Líder do PT na comissão, o deputado Valmir Parscidelli (PT-SP) foi logo avisando que iria pedir as imagens do circuito interno da Câmara para saber como os roedores entraram na Casa. E o petista disse que o episódio não poderia passar em branco. Não passou. O funcionário foi identificado. Márcio Martins Oliveira, que ocupa cargo de livre nomeação na segunda vice-presidência da Câmara, será exonerado. O segundo vice-presidente é o deputado Giacobo (PR-PR). E os ratos apareceram depois de o senador Blairo Maggi (PR-MT) ter negado os boatos de que o partido deixaria a base do governo Dilma. É, pelo jeito, onde há fumaça, há fogo.

E para fechar com chave de ouro, a CPI dos Ratos, ops, a CPI da Petrobras ainda teve bate-boca entre parlamentares do PT e da oposição. Tudo por causa do deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), que pegou pesado em suas perguntas e fez questão de dizer que João Vaccari Neto foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo por formação de quadrilha por causa de sua atuação como presidente da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop). E usou fina ironia: “O senhor foi escolhido tesoureiro do PT por causa dessas atividades ilegais?”

A história de Lincoln

O deputado Lincoln Portela (PR-MG), que foi agredido na manifestação da CUT na última terça-feira, conta como aconteceu: “Eu estava entrando no Anexo 2 da Câmara dos Deputados, um pouco atrasado, indo para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Aí apareceu um cara grande e truculento, mas eu o encarei. Só que outro cara veio por trás e me empurrou. A minha sorte é que apareceu uma terceira pessoa, que me reconheceu e avisou: este aí é o deputado Lincoln. Ele vota com a gente”. E o parlamentar mineiro fez questão de ressaltar: “Não sei se era o pessoal da CUT. Acho melhor dizer vestido com roupa da CUT.”

A sobremesa

A União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), entidade que reúne os deputados estaduais de todo o Brasil, promoveu quarta-feira em Brasília um jantar para ex-deputados estaduais, eleitos federais no último pleito, e senadores. No cardápio, o prato principal foi a proposta de desvinculação dos salários dos parlamentares estaduais, hoje atrelados, pela Constituição, aos salários dos deputados federais. Pela regra, um deputado estadual pode receber no máximo 75% do que ganha um deputado federal. Tradução simultânea: a sobremesa é tentativa de aumento de salários nas Assembleias.

Uma pista boa

O deputado Adelmo Leão (PT-MG) estreou na Câmara Federal defendendo a convocação de Márcio Martins Oliveira para depor na CPI da Petrobras e explicar porque tomou a atitude de soltar ratos durante a reunião da comissão. Para Adelmo, é preciso saber as razões que o levaram a tomar uma atitude dessas. “Quem ele quis agredir?”, indaga o parlamentar mineiro. Em tempo: antes de trabalhar para o deputado Giacobo (PR-PR), Márcio era funcionário de Paulinho da Força Sindical (SDD-SP). Pode ser uma boa pista.

Estreia mineira

O deputado Laudívio Carvalho (PMDB-MG) fez sua estreia no noticiário sobre a Câmara Federal em grande estilo. Ele pediu à Polícia Legislativa da Casa a guarda dos dois ratos, dois hamsters e um esquilo da Mongólia, que Márcio Martins Oliveira soltou no plenário na sessão de ontem da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI da Petrobras). E, por incrível que pareça, teve companhia. Também o deputado Ricardo Izar (PSD-SP) fez o mesmo pedido. Vai gostar de bicho assim lá em Brasília.

Me dá a caneta

O Senado admite a possibilidade de instalar seis comissões parlamentares de inquérito (CPIs), superando o tradicional limite de apenas cinco poderem funcionar ao mesmo tempo. E o senador Roberto Requião (PMDB-PR) garante que seis CPIs atuando simultaneamente não vão afetar o trabalho na Casa nem as sessões no plenário. E, bem ao seu estilo de criar polêmica sempre que pode, o senador Requião fez questão de deixar bem claro: “Eu assino qualquer CPI”. É, uma promessa bem perigosa de fazer. Sabe-se lá o que pode vir por aí.

PINGAFOGO

Foram tantos os erros de concordância cometidos por João Vaccari em seu depoimento na CPI que vale o registro: o habeas corpus concedido pelo ministro Teori Zavascki dava ao tesoureiro do PT o direito de mentir, mas não de agredir a língua portuguesa.

Por falta de quórum, a instalação da comissão mista da medida provisória (MP) da renegociação das dívidas dos times de futebol foi adiada. Líder do governo no Senado, José Pimentel
(PT-CE) explicou que os demais líderes pediram tempo para articulações.

A comissão deveria ser instalada na terça-feira, agora ficou para quarta-feira que vem. Já que estamos falando de futebol, foi para a prorrogação.

O secretário de Trabalho e Desenvolvimento Social, André Quintão (PT), esteve na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Assembleia e fez uma denúncia séria aos colegas, já que é deputado licenciado.

De acordo com André Quintão, cerca de R$ 200 milhões liberados pelos governos do estado e federal, para ajudar entidades como Apaes e asilos, estão parados nas contas dos municípios. E tem prefeito que reclama.

Michel Temer decidiu deixar a presidência do PMDB. Em seu lugar, entra o vice-presidente, senador Valdir Raupp (RO). Ah! Ele é investigado na Operação Lava-Jato da Polícia Federal. Mais um na berlinda política.

 


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