Na verdade, porém, a presidente Dilma vai aproveitar a reunião para fazer uma espécie de desagravo à sua equipe econômica, que tem sido alvo de fogo amigo: os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, além do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. É que lideranças petistas do porte de um José Dirceu têm condenado a escolha da presidente, tanto da equipe quanto da condução da política econômica. Em privado, até o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já deu pitacos que Dilma não gostaria de ouvir.
O fato é que o governo demorou a tomar as medidas que deveria fazer por causa do período eleitoral, o que fez a situação piorar ainda mais. Foi perdulário e escondeu da população a verdadeira crise.
E não adianta querer usar a desculpa de que a crise é mundial – motor da economia mundial, os Estados Unidos voltaram a crescer já há algum tempo, na ordem de 5% no ano passado, embora a Europa ainda enfrente problemas. Além disso, no auge dos problemas nos países ricos, o Brasil surfava em boa situação.
“Senhores, quero apresentar a vocês. Este aqui é o Joaquim, este o Nelson e aquele o Alexandre. Depois de mim, eles é que mandam.” Deve ser assim a primeira fala de Dilma na reunião.
Enxugando a máquina
A edição de sábado do Minas Gerais, diário oficial do estado, trouxe 87 exonerações, a maioria delas no Escritório de Prioridades Estratégicas, que perderá o status de secretaria na reforma administrativa do governador Fernando Pimentel (PT) e terá seu papel reduzido na gestão do petista. Além disso, a Diretoria Central de Gestão de Direitos do Servidor publicou o resultado de processos em que considerou ilegal vários acúmulos de cargos na administração pública estadual. Semana passada, em ofício enviado a todos os secretários, o governo determinou que 20% dos cargos comissionados fiquem vagos.
Avon chama
A presidente Dilma Rousseff (PT) anda sumida, mas recebe no Palácio do Planalto algumas pessoas especiais, como empresários. Na última sexta-feira, por exemplo, quem esteve com ela foi a presidente da Avon Global, Sheri McCoy, e o presidente da Avon Brasil, David Legher. Discutiram a atuação da empresa no país e sua contribuição socio-econômica, inclusive para o fortalecimento e autonomia da mulher brasileira. Atualmente, o Brasil é o principal mercado da Avon no mundo, contando com um time de 1,5 milhão de revendedoras presentes em todas as regiões. “Fiquei satisfeita com o resultado do encontro. O diálogo está aberto”, afirmou Sheri McCoy.
Bandido bom...
Morreu ontem, aos 89 anos, de traumatismo craniano, depois de tomar um tombo em casa, o lendário secretário de Estado de Segurança Pública José Rezende, que foi também deputado federal. É dele a célebre frase que “bandido bom é bandido morto”.
A voz do leitor
Escreve o arquiteto Kleber Pereira Gonçalves: “Mas o governo estava mais ocupado em reeleger a presidente Dilma Rousseff (PT) e esconder da população a verdadeira situação do país.
Qualidade literária
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), apresentou balanço de sua gestão e divulgou relatório para dizer que fez uma economia estimada de R$ 530 milhões no ano passado. Estimada? Eu, hein! Mas o melhor ainda estava por vir. No documento, ele fez questão citar “o exemplo de um conterrâneo, o escritor Graciliano Ramos (1892-1953), que, quando prefeito de Palmeira dos Índios (AL), notabilizou-se pela seriedade no uso do dinheiro público e pela qualidade literária de seus relatórios.”
PINGAFOGO
Depois de se encontrar com deputados tucanos ontem, em São Paulo, o candidato à presidência da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) teve encontro com o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB). Aí tem!
Não é por nada não, mas o candidato Júlio Delgado (PSB-MG), que também disputa o comando da Câmara dos Deputados e tem o apoio do tucanos, a esta altura já deve estar com a pulga atrás da orelha. Ou vai participar da estratégia.
Por falar em tucanos, o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira, decidiu esperar até a última hora para descer do muro na eleição do novo presidente da Casa.
Os tucanos buscam uma alternativa contra a reeleição do atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que tem sido um fiel escudeiro do Palácio do Planalto. E há muitos insatisfeitos na base governista.
Para adoçar um pouco a coluna: as exportações de mel e outros produtos apícolas cresceram 304% nas vendas para os Estados Unidos e 30% para a Alemanha no ano passado, em comparação com 2013.
De acordo com o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, no ano passado, 1,4 mil toneladas de produtos apícolas, incluindo mel, cera e própolis, foram embarcadas para outros países. Crescimento de 133% em relação a 2013.
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