Pimentel assume governo com promessa de diálogo

Governador diz em discurso de posse que vai conversar com todos os setores da sociedade e se compromete a valorizar o servidor, melhorar a educação, a saúde e a segurança no estado

Isabella Souto Marcelo da Fonseca
- Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

Ao tornar-se oficialmente governador de Minas Gerais, no final da manhã dessa quinta-feira, Fernando Pimentel (PT) assumiu cinco compromissos da sacada do Palácio da Liberdade: valorizar o funcionalismo público, construir e equipar os atuais hospitais regionais, ampliar a oferta de escolas infantis e técnicas, aumentar a eficiência dos órgãos de segurança pública e fazer parceria com os prefeitos mineiros na busca de soluções para os problemas municipais. Durante as cerimônias de posse e de transmissão do cargo, o petista ressaltou que pretende manter diálogo próximo com a população e apontou como primeira medida do novo governo a criação de conselhos participativos regionais.


Ao lado do vice-governador Antônio Andrade (PMDB), Pimentel chegou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) às 9h25 e passou pelos Dragões da Inconfidência no Hall das Bandeiras, sendo recepcionado por uma comitiva de parlamentares. Em seu projeto de um evento mais popular, as galerias da Casa foram abertas ao público, e coube ao rapper mineiro Flávio Renegado iniciar a solenidade ao entoar o Hino Nacional. Antes, fez questão de agradecer ao governador: “Sabe, Pimentel, sempre sonhei em viver em um país em que não fosse julgado pela classe social e pela cor da pele”, afirmou ele, que é nascido e criado no Alto Vera Cruz. Em seguida, foi exibido um vídeo com a trajetória de Pimentel.

No primeiro discurso como governador, o petista prometeu cumprir uma de suas principais promessas de campanha: adotar uma gestão participativa, priorizando o diálogo com movimentos sociais, empresários, prefeitos e lideranças regionais. Ele alfinetou os últimos governadores do PSDB, afirmando que seu governo terá como principal desafio aumentar a participação dos diversos setores da sociedade para “mudar o conceito de governo” no estado.



“O governo não pertence aos governantes, ele é de todos e deve servir a todos. Sem privilégios, sem preferências, quanto mais o estado se abre, mais ele se fortalece. O nosso grande desafio é tirar o governo do isolamento, de uma política antiquada. Não acredito que, no mundo de hoje, grupos encastelados possam decidir o destino de milhões de pessoas. Não farei o governo do eu, mas o governo do nós, de todos nós”, afirmou o petista, fortemente aplaudido pelos presentes.

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Depois da cerimônia na Assembleia, o governador seguiu para o Palácio da Liberdade, onde ocorreu a solenidade de transmissão do cargo. Às 11h30, Pimentel e Andrade atravessaram a Praça da Liberdade ao lado de populares, representantes de movimentos sociais e secretários de estado. Segundo a Polícia Militar, cerca de 4 mil pessoas acompanharam a cerimônia. O petista recebeu do ex-governador Alberto Pinto Coelho (PP) o Grande Colar da Inconfidência, símbolo do chefe do Executivo estadual em Minas.

Em seu discurso na sacada do Palácio, o petista destacou a intenção de manter um contato próximo com a população para definir as principais demandas de cada região. Ele fez questão de apresentar três pessoas que, para ele, simbolizam a participação do povo na sua gestão: Dona Lavígnia, da Região Norte, a estudante Kelly, do Aglomerado da Serra, e o senhor José Mário, produtor de queijo da Serra da Canastra.
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“Para todos os mineiros, reforço o compromisso de que todos serão ouvidos, sem nenhuma discriminação. As ruas sabem muito mais que os gabinetes. E a mensagem do povo mineiro nessas eleições foi de que todos somos iguais, todos temos o direito de participar, todos queremos e iremos influenciar as decisões do governo.
Esse é meu compromisso: menos poder para o governo, mais poder para as pessoas. Menos poder para poucos, mais poder para todos”, disse Pimentel.

Dificuldades

Ao apontar os cinco compromissos para os próximos quatro anos, Fernando Pimentel ressaltou que o cenário econômico para este ano será de dificuldades para os governantes. “Assumo o compromisso de valorizar e dialogar com o funcionalismo público do estado. Assumo o compromisso de transformar os hospitais regionais, não em projetos de propaganda, mas em equipamentos úteis em todas as regiões, e de expandir o atendimento médico para toda a população. Assumo a meta de levar escolas infantis e ensino técnico para todo o estado. Assumo a tarefa de aumentar a eficiência e eficácia de nosso aparato de segurança. Assumo o compromisso de dialogar de forma transparente com todos os prefeitos e ajudá-los na busca de soluções para suas cidades”, prometeu Pimentel.

 

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