Em discurso de posse, Dilma afirma que lema do novo governo será a educação

A presidente ainda sinalizou como será o novo governo com combate à inflação, valorização da economia, mas sem perder conquistas

Marcelo Ernesto
- Foto: AFP PHOTO / PRESIDENCIA BRASIL / Roberto Stuckert Filho

Em discurso que durou cerca de 40 minutos em que finalizou com tom emocional relembrando a luta contra a ditadura militar e o câncer, a presidente Dilma Rousseff (PT) sinalizou como será seu segundo mandato. De acordo com Dilma, a educação na nova gestão será a “prioridade das prioridades” e será o lema dos próximos quatro anos. “Brasil, pátria educadora, será o lema do nosso governo. Ao bradarmos isso, estamos dizendo que a educação será a prioridade das prioridades. O governo vai buscar em todas as ações do governo uma prática formadora”, disse. A petista – que foi empossada com o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) –, ainda falou sobre combate à corrupção e à inflação, ampliação da infraestrutura, recuperação da economia e estímulo ao crescimento do país. Ela ainda afirmou que o governo contará com o apoio do Congresso para proporcionar as “reformas e mudanças que o país precisa”.

Ainda sobre educação, a presidente destacou que “só a educação liberta um povo e abre as portas de um futuro próspero".
Ela anunciou que a área de educação começará a receber volumes mais expressivos de recursos e que o governo continuará expandindo o acesso a creches e pré-escolas, uma promessa de campanha e também do primeiro mandato. Sobre o ensino técnico, Dilma afirmou que vai dar especial atenção ao Pronatec Jovem Aprendiz.

Dilma aproveitou a solenidade para esclarecer como pretende conduzir as iniciativas sociais iniciadas pelo governo Lula. Ela garantiu aos beneficiários do Bolsa Família que o governo continuará investindo em políticas sociais, dando acesso à população que necessita. "O Brasil vai continuar como país líder em políticas sociais transformadoras", disse.

Dilma aproveitou o momento para ressaltar as conquistas dos 12 anos de governo petista na Presidência. Citando o "extraordinário trabalho" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que o projeto nacional do qual faz parte levou à retirada de 36 milhões de brasileiros da miséria, ascensão de grande parte da população à classe média, acesso a emprego, ensino técnico e universitário. "Temos hoje a primeira geração de brasileiros que não vivenciou a tragédia da fome", disse a presidente.

No início do discurso, Dilma disse ter voltado à Casa para assumir o segundo governo com "a alma cheia de alegria, de responsabilidade, de esperança", e citou também seu papel em representar a "mulher brasileira". "Encarno o projeto de nação detentor do mais profundo apoio popular", disse. Segundo ela, o projeto de nação detentor do apoio mais duradouro da história democrática triunfou e nunca tantos brasileiros ascenderam à classe média e conseguiram emprego. "É para o povo brasileiro e com o povo brasileiro que vamos governar."

Sobre a política econômica, Dilma afirmou que sempre orientou suas políticas com convicção e afirmou que inflação sempre esteve sob controle. “A inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar. Na economia, temos com o que nos preocupar, mas também temos o que comemorar", disse. Sobre os incentivos ao crescimento do país, a presidente dedicou boa parte de suas expectativas nos investimentos em infraestrutura.
“Vamos acabar com o abismo tributário que faz os pequenos negócios terem medo de crescer. E sabemos que se o pequeno negócio não cresce, o país também não cresce”, afirmou a presidente.

Assim como na cerimônia de diplomação, no mês passado, Dilma afirmou que pretende manter um combate árduo contra a corrupção. Ela defendeu a realização de reformas a algumas medidas para dificultar a ação dos corruptos. Entre os pontos destacados por ela está o endurecimento da legislação, a punição de agentes públicos que enriquecem sem justificativa, a transformação de caixa dois em crime, além do confisco dos bens adquiridos de forma ilícita e agilidade nos julgamentos dos suspeitos de corrupção.

Antes de encerrar sua fala, a presidente dedicou um capítulo à parte para tratar da Petrobras. Segundo ela, “alguns servidores que não souberam honrá-la” foram responsáveis pelo escândalo de corrupção. Ele defendeu a estatal dizendo que a empresa possui a mais rigorosa estrutura de governança e que não pode ser vítima de “predadores internos e seus inimigos externos”. “ A Petrobras é maior que quaisquer crises e, por isso, tem capacidade de superá-las e sair mais forte”, afirmou.

 Com Agência Estado .