Jornal Estado de Minas

Em diplomação, Dilma pede pacto anti-corrupção e destaca importância da Petrobras

A presidente disse que a corrupção está "entranhada na alma humana" e que não pertence a nenhum partido

Marcelo Ernesto
Presidente Dilma Rousseff recebendo o diploma do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli - Foto: Presidência

A presidente Dilma Rousseff destacou o combate a corrupção e a defesa da Petrobras como os principais pontos de seu discurso de diplomação na noite desta quinta-feira. Segundo a presidente que a partir de janeiro inicia seu segundo mandato, o novo governo terá como diretrizes a estabilidade econômica e política, o controle da inflação e o crescimento “que vai acelerar antes do que muitos imaginam”. “Ser a primeira mulher eleita e agora reeleita deixa minha alma plena de alegria, mas enche também meu coração de esperança. E é essa esperança que quero compartilhar com o povo brasileiro”, discursou. A presidente afirmou que deixará para o discurso da posse o detalhamento das medidas que pretende tomar nos próximos quatro anos. O atual vice-presidente - eleito para mais um mandato -, também foi diplomado na cerimônia de hoje.

Nas eleições de outubro, candidata do PT à reeleição, Dilma foi eleita com 51,64% dos votos válidos pela coligação Com a Força do Povo. Com a entrega do documento, Dilma e Temer estão aptos para tomar posse, que está marcada para o dia 1º de Janeiro de 2015.

  Com destaque no combate à corrupção, principalmente, nas denúncias envolvendo a Petrobras, Dilma disse que a guerra contra as irregularidades deve ser travada simultaneamente nas instituições e na sociedade. Ela aproveitou para criticar a oposição que tem adotado a estratégia de associar o escândalo às gestões petistas.
“A corrupção está entranhada na alma humana não é vício de um ou outro partido como querem alguns”, disse, defendendo um pacto de todos os setores da sociedade para combater as modalidades do crime.

Para Dilma, o país avançou no combate à corrupção ao longo dos anos. “Um país que não tem medo de discutir os arbítrios da ditadura e as mazelas da corrupção e do crime financeiro. Não podemos deixar que crimes do passado façam ruídos anacrônicos no presente”, declarou.

Sobre a Petrobras, Dilma afirmou que as denúncias não podem ofuscar a importância estratégica que a estatal tem para o país. Ela lembrou que a empresa pública é uma das que mais investem e geram empregos. A presidente informou que a petroleira vem passando, já há alguns anos, de um processo de reformulação de sua forma de gestão. Com discurso de que é necessário punir os corruptores, mas manter as empresas Dilma convocou: “Temos que continuar acreditando na mais brasileira das nossas empresas”, disse, e completou: "Estamos enfrentando essa situação com destemor e vamos converter a renovação da #Petrobras em energia transformadora do nosso país".

Sem terceiro turno

Em seu discurso, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Tóffoli, afirmou que a tentativa de judicializar a eleição, mesmo após o fim do pleito, não terá respaldo na Corte. “Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral. Aos especuladores que clamam eu digo que não há espaço. Não há espaço para terceiro turno que possa a vir cassar o voto destes 54 milhões de eleitores”, afirmou. Pouco antes do início da sessão, o PSDB entrou com ação pedindo a cassação de Dilma e solicitando que o candidato derrotado do partido, o senador Aécio Neves e o vice dele, sensor Aloísio Nunes, sejam empossados.
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